“Mais inclusão digital para os países pobres ”
Paris, FR
O apelo é de Fidel Castro Díaz-Balart, 51 anos, físico nuclear, representante de Cuba e filho do presidente daquele país, durante a mesa-redonda sobre as “sociedades do saber”, organizada na Unesco, órgão das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura.
Ele espera que os países da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico)destinem 0,7% do seu PIB (Produto Interno Bruto) a programas que permitam o acesso de países pobres à Internet. Segundo Díaz-Balart, a cifra, atualmente, corresponde a 0,3%.
Em entrevista sobre o tema do encontro, ele afirmou que para levar o conhecimento e a informação através da Internet, são necessárias medidas que incentivem e ajudem os países em desenvolvimento a ter acesso a ela.
O representante cubano insiste na necessidade de utilização de maiores recursos destinados ao desenvolvimento, para que os países primeiro comecem a desenvolver seu sistema educacional de forma a erradicar o analfabetismo. Ressalta, também, a necessidade de uma consciência clara de como os cidadãos devem ter direito a se educar nestas novas condições.
Díaz-Balart afirma que o acesso limitado à rede por parte dos países pobres aumenta a distância em relação aos países ricos: “Os sistemas internacionais estão se adaptando cada vez mais a transmitir a informação necessária da forma mais instantânea, em tempo real, e em grandes bases de dados. Quem não tiver a infra-estrutura da computação, os servidores, não poderá ter acesso a essas bases de dados.”
Na mesa-redonda, organizada no âmbito da 32ª conferência-geral da Unesco que se encerrará em 17 de outubro, os participantes trocaram idéias e experiências sobre ”O potencial das Tecnologias da Informação e da Comunicação para acelerar o desenvolvimento".
O propósito do debate, que se estende até hoje, é a preparação para a Cúpula Mundial sobre a Sociedade da Informação, que será realizada em Genebra, Suíça, nos próximos 9 e 10 de dezembro.
Fonte: Folha Online