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Equipamento criado na USP facilita a leitura para a deficientes visuais

Pessoas com deficiência visual grave que gostam de ler, mas não podem, serão as beneficiárias de um equipamento projetado em curso de graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP, e já patenteado. A médica Fernanda Bonatti, formada em 1984, decidiu há quatro anos tentar também o grau de arquiteta e, como trabalho de conclusão de curso na FAU, apresentou no início do mês perante a banca o protótipo do equipamento, que se baseia no princípio da ampliação da letra, mas com vantagens sobre as simples lupas.

Trata-se de uma prancha de leitura, com apoio para revista, jornal ou livro de até 4 centímetros de lombada; lupa acoplada com braço articulável que desliza sobre uma guia horizontal, acompanhando as linhas escritas; e dois botões com rosca, que o leitor aciona com a mão para mudar de linha. “Como sou médica, quis unir as duas faculdades e considerei importante escolher para o final do curso um tema que trouxesse algum benefício à sociedade”, disse Fernanda, acrescentando que a maioria das pessoas com deficiência visual moderada ou grave é idosa.

Fernanda está segura de que não existe em lugar nenhum equipamento igual ao que apresentou à FAU e pretende industrializar. Para garantir seus direitos, o primeiro passo foi dar entrada no registro da patente, processo que até a conclusão pode levar dois anos. Agora é esperar que alguma empresa se interesse pelo projeto e coloque o produto no mercado. A médica já fez alguns cálculos e chegou a uma estimativa de custo. Levando em conta apenas os materiais necessários para a fabricação da prancha de leitura (PVC para a prancha e para envolver a lente) e alumínio para as guias, excluídos lente e mão-de-obra, o preço unitário ficaria em torno de R$ 100,00. A lente custa entre 30 e 50 dólares.

Relativamente à visão, a Classificação Internacional de Doenças (CID 10) divide as pessoas em três faixas: as que têm visão normal, as de baixa visão ou visão subnormal, e os cegos. Os indivíduos com baixa visão podem executar a maioria das suas atividades, inclusive leitura, mediante auxílios ópticos adequados. Como a prancha de Fernanda. Quanto às causas da cegueira ou baixa visão, as principais nos idosos são a degeneração relacionada à própria idade; retinopatia decorrente de diabete; e o glaucoma, que é a pressão ocular elevada que causa atrofia do nervo óptico. Nas crianças, as causas da baixa visão podem ser a toxoplasmose congênita (infecção passada ao recém-nascido pela mãe); retinopatia; prematuridade (por nascer ainda sem a formação completa dos pulmões, a criança é obrigada a permanecer longo tempo no oxigênio, o que não é saudável); e catarata ou glaucoma congênitos.

Fonte: Jornal USP