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Rio Info 2006 reuniu especialistas em inclusão digital e acessibilidade

O evento, realizado no Hotel Glória-RJ, promoveu no último dia 3 um painel sobre o tema. A palestra de abertura coube a Rodrigo Baggio, que relatou aspectos do projeto de inclusão digital que criou em 1996, com o objetivo de levar a informática às pessoas excluídas do contato com a moderna tecnologia.

Hoje, o projeto tem repercussão internacional e inúmeras parcerias, possibilitando o uso da computador a pessoas habitualmente esquecidas, como os presos e os índios, que acabaram por chamar equipamento de “caixa do conhecimento”.

Segundo Rodrigo, a comunicação é um instrumento de transformação, e se a tecnologia da informática for bem desenvolvida, poderemos fazer uma sociedade mais civilizada e mais solidária. Para ele, a inclusão social que o projeto acaba promovendo é mais gratificante do que os inúmeros prêmios internacionais já recebidos.

Entre as experiência apresentadas, Guilherme Lira, da Acessibilidade Brasil, ressaltou que - apesar de vivermos na sociedade do conhecimento - as pessoas com deficiência sempre estiveram fora dos processos de acessibilidade digital.

Para Lira, no entanto, a acessibilidade não deve ser considerada concessão, mas um fator de interesse político: levando-se em conta os 24,5 milhões de pessoas com deficiências mais o número de pessoas idosas no Brasil – e os dados do último censo, segundo os quais cada família brasileira tem, em média, quatro membros - é possível perceber o quanto estas pessoas, em contato com a tecnologia, poderão oferecer ao nosso país.

Lembrando que dos 3000 portais públicos existentes no Brasil apenas 1% é acessível, Guilherme Lira, por meio de um depoimento em filme, demonstrou de que forma um cego acessa a Internet e pode realizar um trabalho útil e importante.

Entre outros projetos em desenvolvimento na Acessibilidade Brasil, Lira apresentou o Projeto da Silva, uma ferramenta de avaliação de páginas da Internet criada pela empresa, que verifica e informa o grau de acessibilidade de cada uma.

O Silvinha, ferramenta derivada da primeira, pode, além de avaliar, corrigir as falhas encontradas. Com o trabalho do da Silva, premiado na Mostra Brasil-França 2005, a Acessibilidade registrou, até o momento, 99 sites acessíveis entre os que se inscreveram para um cadastro que organiza, por meio do endereço www.dasilva.org.br .

Um importante depoimento foi o de Marco Antonio de Queiroz, o MAQ, criador do www.bengalalegal.com . Marco Antonio ficou cego aos 21 anos, devido à diabete - a terceira maior causa de cegueira no mundo. Desde então, empenhou-se em familiarizar-se com a informática.

Em 1999, ele teve uma grande emoção quando entrou no site de um jornal e descobriu que poderia ler sem qualquer ajuda. Hoje, tem total intimidade com o computador e promove um grande intercâmbio de informações por meio do seu site.

Segundo MAQ, a acessibilidade através da tecnologia significa um caminho para mais facilidade, independência e cultura. Mas a acessibilidade não deve entendida como uma necessidade apenas da pessoa com deficiência e sim como uma necessidade comum a cada pessoa, segundo suas limitações específicas. E ressalta: quanto maior é o nível cultural de um país, maior a consideração à acessibilidade.

Outras experiências apresentadas:
- Municípios Digitais evoluindo para Corredores Digitais – projeto em desenvolvimento pela equipe de Piraí Digital para interligar municípios via Wimax com a Infovia – RJ;
- Projeto estratégico de Acessibilidade Digital, desenvolvido pelo Instituto Benjamin Constant;
- Acessibilidade com Inclusão Digital, desenvolvido pela Iplan - Funlar-Rio, com a participação de freqüentadores das atividades.