Educação no Brasil não pode dispensar o uso da informática
A afirmação é Guilherme Lira, Presidente da Acessibilidade Brasil. Em entrevista que foi ao ar ontem na TV Futura, ele ressaltou, com base em dados da Organização Mundial do Trabalho – OMT, que dois terços das riquezas hoje produzidas no mundo são geradas pelas novas tecnologias.
Este, segundo Lira, é um importante fator para que - desejando ser melhor e mais moderna - a educação em nosso país não dispense o uso do computador.
O problema é que menos de 20% de nossa população tem computador em casa, o que afasta a maioria dos brasileiros da velocidade com que a informática conduz o sistema de informação, as comunicações, a resolução de negócios, as artes, a cultura e outras áreas do conhecimento.
Esse descompasso no contato da maioria dos brasileiros com as novas tecnologias provoca a perda de oportunidades de atualização, de acompanhamento da evolução mundial e de desenvolvimento técnico e profissional.
O presidente da Acessibilidade Brasil relaciona a reduzida utilização do computador pela maior parte da nossa população à falta de renda suficiente para a aquisição do equipamento. “ É o ciclo vicioso ‘falta de computador que leva à falta de renda, que leva à falta de computador’ e assim sucessivamente”, afirma.
Diante dessa dificuldade, Lira reforça que as escolas devem facilitar o acesso dos alunos à informática. E lembra que em países do primeiro mundo o teclado já é um dos instrumentos de trabalho em sala de aula.
Entre outras medidas que podem ajudar a combater a exclusão digital, ele destaca iniciativas como o projeto do Centro de Democratização da Informática – CDI, que leva computadores doados às comunidades que deles necessitam.
Segundo Lira, os telecentros em todo o Brasil também podem desempenhar um papel importante, porque estimulam, de algum modo, que brasileiros de diversas regiões se aproximem do computador.
Ele também citou um projeto oficial a ser implementado, o “Notebook a 100 dólares”, que poderá facilitar a muitos brasileiros a aquisição de computadores portáteis a custo mais baixo.
Fonte: Programa Jornal Futura – 05/10/2006