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Na Semana Nacional da Ciência e Tecnologia, como vai a acessibilidade digital?

Sim, há muitas conquistas a comemorar. A Internet é considerada uma imprescindível ferramenta de relacionamento para a maior parte das empresas do país. A informação consta de um levantamento feito com 42 delas, pela Associação Brasileira de E-Business. Ainda segundo o mesmo estudo, o recurso mais utilizado entre as ferramentas de comunicação digital é o e-mail, citado por 83% dos consultados.

Outro dado significativo: 44% das empresas consultadas mantêm portais voltados para informações de produtos e serviços (catálogos eletrônicos); 47% vendem produtos pela internet e 50% já estão em estágio de relacionamento, provendo serviços de valor para os clientes.

Essas informações dão conta do papel assumido pelas novas tecnologias na ampliação dos canais de comunicação do nosso povo, a exemplo do que ocorre em países desenvolvidos.

Verdade que, entre nós, a chamada inclusão digital ainda é restrita. Essa limitação, geralmente resultante do alto custo do equipamento, já mobiliza a atenção de educadores, especialistas em informática e governantes. Por isso, são conhecidas iniciativas que facilitam o acesso a essa moderna tecnologia por pessoas mais carentes, em diversas faixas etárias.

Um exemplo sempre a ser citado é o de Rodrigo Baggio, diretor-executivo do Comitê para a Democratização da Informática - CDI, que criou e desenvolve um premiado projeto com esse objetivo. Também merecem citação os telecentros oficiais, que começam a se expandir.

Outro dado importante: a autorização, pelo MEC – Ministério da Educação e Cultura, de compra de material de informática que deverá ser entregue às escolas até o começo do ano letivo de 2007.

São 75.800 computadores e 7.580 impressoras para formação de laboratórios nas escolas de ensino médio. Também serão adquiridas outras 13.723 máquinas e 5.564 impressoras para o projeto Presença, que acompanha a freqüência escolar dos alunos. Cada laboratório terá 10 computadores e uma impressora.

Mas ainda há muito o que fazer: a acessibilidade digital precisa de mais atenção por parte de especialistas em informática, governantes e educadores. Esse recurso possibilitará que pessoas com algum tipo de deficiência, idosas, analfabetos funcionais ou sem habilidade para atividades na área tenham, igualmente, chances de acesso ao computador e à Internet.

Está, pois em questão o direito de 24,5 milhões de pessoas com dificuldades motoras, visuais, auditivas e outras, a canais de comunicação compatíveis com essas dificuldades – geralmente ignoradas nas relações comerciais, assim como nas sociais e culturais.

Não seria preciso afirmar que esta omissão, além de desconsiderar leis já existentes, deságua em conseqüências econômicas, porque esse enorme contingente também é consumidor e dispõe de fortes razões para fazer uso da Internet em compras e contratação de serviços.

A indiferença que se registra face à ausência de acessibilidade digital é ainda mais inquietante quando se observa que mesmo as maiores empresas pesquisadas possuem páginas que não oferecem acesso, por exemplo, ao consumidor cego, por meio de recursos como o programa Dosvox, de uso gratuito.

Em sua permanente atuação nesse campo, a Acessibilidade Brasil desenvolve, em Brasília, um projeto pioneiro, com a instalação do Telecentro Acessível de Taguatinga. Com a modesta capacidade instalada de 20 computadores, essa unidade experimental já contabiliza 6840 atendimentos, sendo 2201 de pessoas com deficiência de motricidade, visão, audição, fala, cognição e comportamento.

Para o projeto do Telecentro Acessível de Taguatinga, viabilizado em parceria com o Ministério do Trabalho e Emprego e o Ministério de Ciência e Tecnologia, uma equipe coordenada pela Acessibilidade Brasil selecionou, capacitou e supervisiona os monitores, que atuam no atendimento individualizado a cada frequëntador, com ou sem deficiência. Estão previstos outros 129 atendimentos.

Em dezembro próximo, a avaliação desse trabalho, iniciado em maio, deverá fornecer subsídios para novos projetos. Além dessa atuação, a Acessibilidade Brasil desenvolve e aperfeiçoa ferramentas para a acessibillidade digital, como o Da Silva, que avalia e corrige os erros de acessibilidade na rede.

Dessa forma, contribui para que as páginas na Internet não só estejam de acordo com o Decreto-Lei 5.296, de 2 de dezembro de 2004, mas para que também se incluam, efetivamente, na construção de uma rede de comunicação igualitária e sem preconceitos.

Fontes: Censo IBGE – 2000/ Publicação Brasília Capital Digital Ano I – Vol. 2 – no. 019 - 16/10/2006/ Acessibilidade Brasil