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Metodologia de Atendimento e Acesso de Pessoas com deficiência a telecentros - parte1
Metodologia de atendimento e acesso de pessoas com deficiência a telecentros
Metodologia de atendimento e acesso de pessoas com deficiência a Telecentros
Presidente da República
Luiz Inácio Lula da Silva
Ministro do Trabalho e Emprego
Luiz Marinho
Secretário de Políticas Públicas de Emprego – SPPE
Remígio Todeschini
Diretor do Departamento de Qualificação – DEQ
Antonio Almerico Biondi Lima
Coordenadora-Geral de Qualificação – CGQUA
Tatiana Scalco Silveira
Coordenador-Geral de Certificação e Orientação Profissional – CGCOP
Marcelo Álvares de Sousa
Coordenador-Geral de Empreendedorismo Juvenil
Misael Goyos de Oliveira
© Copyright 2007 – Ministério do Trabalho e Emprego
Secretaria de Políticas Públicas de Emprego – SPPE
Departamento de Qualificação – DEQ
Esplanada dos Ministérios, Bloco F, 3º andar, Edifício Sede, Sala 306.
CEP 70059-900 – Brasília – DF
Telefones: (0XX61) 3317-6239 / 3317-6004
Fax.:(0XX61) 3224-7593
E-mail: qualificaçã
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Tiragem: 500 exemplares
Ficha Catalográfica:
Obs.: Os textos não refletem necessariamente a posição do Ministério do Trabalho e Emprego.
Elaboração, Edição e Distribuição:
Nome da entidade/instituição: Acessibilidade Brasil
UF – Rio de Janeiro
Site : www.acessobrasil.org.br
Entidade Conveniada:
Acessibilidade Brasil
Rua Conde de Lages, 44 sala 503 – Glória – Rio de Janeiro
CEP: 20241-080 – tel.(s) (21) 3852-3559/2232-1848
Direção Executiva:
Guilherme de Azambuja Lira Diretor Presidente
Estrella D’Alva Bohadana Vice Presidente
Andréa da Silva Miranda Diretora Região Sul
Equipe Responsável:
Guilherme de Azambuja Lira Coordenador Geral
Andréa da Silva Miranda Organizadora da Metodologia
Eneida Bueno Benevides Consultora Acessibilidade Física
Ivalda Cesarina Gomes Consultora Deficiência Múltipla
Maria Luiza Bueno Benevides Consultora Coleta de Dados
Sandra Patrícia de Faria Consultora Deficiência Auditiva
Vivina Sol de Queiroz Consultora Treinamento Atendimento
Equipe de Monitores: Equipe Técnica de Apoio:
Karina da Silva Moura; Eveslândia E. de Sousa; Cleovande de Oliveira dos Santos - S. Logístico
Igor F. Ribeiro; Giuliano P. Lemos; Danniel N. de Brito - Desenvolvedor - Sistemas
Adriana P. R. R. Martins; Amanda M. Amano; Marcos Cannetieri - Desenvolvedor- Interfaces
Naildo de Oliveira; Márcio W. A. de Oliveira; André da Silva - Desenvolvedor – Sistemas
Andréa A. Chaves; David P. Viana.
Apresentação
É cada vez maior o uso da informática e de seus subprodutos em todas as atividades da sociedade. Entretanto, seja pelo alto custo ou pelo difícil acesso, as tecnologias atendem apenas a uma pequena parcela da população, sendo as pessoas com deficiência as mais prejudicadas. Para minorar estas dificuldades são apresentadas, neste documento, metodologias de atendimento em TELECENTROS, tendo como público alvo pessoas com deficiência, baixa escolaridade, baixa renda e idosos. Este modelo foi desenvolvido a partir da identificação de fatores relacionados ao acesso e ao uso que dificultam ou impedem a interação e a inclusão.
Para isso foi construído em Taguatinga - DF, um TELECENTRO modelo para desenvolvimento de metodologias resultante da coleta e análise de documentos e registros feitos durante o processo de atendimento. O modelo básico apresentado neste documento focaliza dois aspectos: o atendimento e cadastramento e o acesso físico e digital. Para facilitar os processos necessários para realização destes objetivos, foi desenvolvido um “Sistema Informatizado de Apoio ao Telecentro Acessível” (SATA). Os dados registrados e analisados no SATA permitiram desenvolver com mais eficiência e eficácia o cruzamento de informações para tomada de decisão quanto ao uso da tecnologia e outros encaminhamentos necessários ao processo de atendimento. Os dados coletados e avaliados serviram como insumo para o desenvolvimento de metodologias específicas de o atendimento em telecentros acessíveis. Um telecentro acessível permitirá que, em médio prazo, grande parte das pessoas com deficiência desfrute plenamente das vantagens propiciadas pela informática, como o acesso ao trabalho, à educação, à cultura, ao lazer, à pesquisa e à informação, além de reforçar a geração de trabalho e renda.
A metodologia, a seguir apresentada, foi financiada pelo Departamento de Qualificação, da Secretaria de Políticas Públicas de Emprego do Ministério do Trabalho e Emprego e o Telecentro Taguatinga, local da coleta de dados, foi financiado pela Secretaria de Inclusão Social do Ministério da Ciência e Tecnologia.
Sumário
Capítulo 1 - Introdução 8
O que é um Telecentro Acessível? 9
Quem fará o atendimento no TCA? 12
Como deve ser o espaço físico do TCA? 16
Público Alvo 19
Procedimentos Metodológicos 19
Estrutura dos Capítulos 20
Capítulo 2- Requisitos Físicos de Acessibilidade para Implantação de Telecentros Acessíveis 22
Diretivas para Adequação do Ambiente Físico-Espacial 23
1ª Etapa – Escolhendo o local 23
2ª Etapa - Escolhendo o prédio do Telecentro 27
3ª Etapa – Instalando e mobiliando o Telecentro 29
Capítulo 3 - Definindo Deficiência 39
Deficiência Visual 46
Deficiência Auditiva 47
Deficiência Física 48
Deficiência Motora 50
Deficiência Mental 55
Múltiplas Deficiências 58
Capítulo 4 - Requisitos Tecnológicos de Acessibilidade para Implantação de Telecentros Acessíveis 59
Definindo Acessibilidade 59
O Acesso da Pessoa com Deficiência Visual 60
O Acesso da Pessoa Deficiente Auditiva 71
O Acesso da Pessoa com Deficiência Mental 75
O Acesso da Pessoa com Deficiência Motora e Física 75
Capítulo 5 - Ajudas Técnicas 76
Ajudas Técnicas para Pessoas com Deficiência Visual 79
Ajudas Técnicas para Pessoas com Deficiência Auditiva 96
Ajudas Técnicas para Pessoas com Deficiência Motora 98
Ajudas Técnicas para Pessoas com Deficiência Mental 101
Ajudas Técnicas de Baixa Tecnologia 102
Capítulo 6 – Metodologia de Atendimento 104
Fases do atendimento 105
Procedimento com o usuário 109
Atendendo usuários com Deficiência Visual 121
Atendendo usuários com Deficiência Auditiva 124
Atendendo usuários com Deficiência Mental 124
Atendendo usuários com Múltiplas Deficiências 127
Capítulo 7 – Descrições de Procedimentos 129
Capítulo 8 – Depoimentos 135
Capítulo 9 – Considerações Finais 163
Bibliografia Consultada 166
Anexos 171
Exemplos de Formulários de Atendimento 171
Capítulo 1 - Introdução
De acordo com os dados do Censo de 2000, existe no Brasil cerca de 24,5 milhões de pessoas que apresentam algum tipo de incapacidade ou deficiência, o que corresponde a 14,5% da população brasileira. Desses, 8,3% apresentam deficiência mental; 4,1% apresentam deficiência física; 22,9% apresentam deficiência motora; 48,1% apresentam deficiência visual e 16,7% apresentam deficiência auditiva e surdez.
A aplicação de tecnologias voltadas para a pessoa com deficiência já é parte da legislação brasileira. Decreto No. 5.296 de 02/12/2004 consolidou as leis de acessibilidade, os decretos 10.048 e 10.098 estabeleceram o prazo (02/12/2005) para os telecentros comunitários instalados ou custeados pelos Governos Federal, Estadual, Municipal ou do Distrito Federal possuam instalações plenamente acessíveis e, pelo menos, um computador com sistema de som instalado, para uso preferencial por pessoas com deficiência visual.
Com as tecnologias, métodos e programas disponibilizados e apoiados por marco legal, as pessoas com comprometimentos temporários ou permanentes, poderão participar mais ativamente na construção de uma nova ordem social, na qual as pessoas com deficiência, com sua força de trabalho equiparada, terão um papel de destaque.
Segundo a Organização Mundial do Trabalho, cerca de 70% da geração de renda do planeta resultam do uso das novas tecnologias de informação e comunicação. Propiciar acessibilidade nos telecentros é o ponto alto do trabalho de inclusão, já que, na nossa sociedade, as pessoas com baixo poder aquisitivo, por exemplo, somente têm acesso ao computador e às informações nele contidas quando estão num contexto de necessidade educacional ou profissional.
As informações sobre ajudas técnicas - associadas a uma metodologia eficaz para o atendimento das pessoas com deficiência e pessoas com necessidades especiais, que contemple o treinamento de monitores - poderão resultar na inclusão digital, em harmonia com os mesmos programas que estão sendo implantados para toda a sociedade.
O que é um Telecentro Acessível?
Um Telecentro Acessível - TCA é um espaço informatizado, de fácil acesso , onde as pessoas que freqüentam utilizam o computador e a Internet.
Um espaço acessível, seja digital ou físico, é um espaço compreendido por vários indivíduos, independentemente de sua condição social, física, motora ou cognitiva. Isso implica considerar que aspectos relacionados ao ambiente e ao estado das pessoas não devem prejudicar o acesso.
Por ser acessível, o TCA possibilita o acesso de qualquer pessoa, inclusive aquelas com deficiência, baixa renda, baixa escolaridade, idosos ou qualquer outra necessidade especial. Os equipamentos, softwares, comunicação e todo o ambiente físico interior ou exterior de um TCA, não devem apresentar dificuldades que impeçam o acesso aos usuários frente a sua condição física, sensorial, motora, cognitiva ou social.
Logo, um TCA oportuniza, não somente às pessoas com deficiência, mas a todas às pessoas excluídas, tanto social como digitalmente, acesso às tecnologias de informação e comunicação, permitindo que, em médio prazo, estas pessoas desfrutem plenamente das vantagens nas áreas de: trabalho, educação, cultura, lazer, pesquisa e informação, reforçando a geração de trabalho e renda.
Para o pleno desenvolvimento das potencialidades de pessoas com limitações físicas, intelectuais, sensoriais e múltiplas, são necessários, além dos computadores, equipamentos, produtos e sistemas que possam contribuir para o pleno desenvolvimento de suas potencialidades.
Tais equipamentos, produtos e sistemas são chamados de ajudas técnicas. As ajudas técnicas são fundamentais para que o acesso de fato aconteça plenamente. Fita crepe, sucatas, embalagens, papelão, impressora Braille, leitores de tela, simuladores de teclado são exemplos de ajudas técnicas.
Ao se construir um TCA é preciso que estejam claras as seguintes questões: Como um telecentro pode resolver a diversidade de demandas? Como ensinar pessoas com deficiência a apreenderem e se apropriarem de recursos informáticos? Quais as ajudas técnicas e humanas possíveis de serem estabelecidas nos telecentros acessíveis? Qual o perfil das pessoas que irão trabalhar no TCA?
Como as pessoas que chegam até um TCA necessitam usar a Internet, consultar bibliotecas virtuais, acessar bancos de dados de emprego e renda, fazer trabalhos escolares e outras demandas específicas, as ajudas técnicas são indispensáveis nesse processo, pois pessoas com grandes comprometimentos motores, sensoriais ou cognitivos podem, perfeitamente, usar os computadores em qualquer atividade cotidiana.
Quem fará o atendimento no TCA?
As pessoas que fazem o atendimento em um TCA devem ser capacitadas para monitorar o acesso dos deficientes. Isso requer conhecimentos básicos referentes, por exemplo, ao desempenho motor de uma pessoa com paralisia cerebral, com baixo desempenho cognitivo e/ou deficiência mental.
Atender, receber, oportunizar pessoas com deficiência em Telecentros exige dos funcionários, sensibilidade, conhecimento (adquirido em treinamento) e capacidade para resolver problemas com a própria pessoa ou com alguém mais próximo no momento.
Para isso, em um Telecentro Acessível deve haver os seguintes servidores: monitores, supervisor e gerente.
O monitor deve possuir as seguintes atribuições:
• Ser pontual e assíduo;
• Atender os usuários do telecentro com qualidade no trato e na postura profissional;
• Preencher lista de presença diária e horário de entrada e saída;
• Manter eficiência e eficácia nas tarefas desenvolvidas;
• Preservar o sigilo dos dados e informações coletadas e discutidas pela equipe de trabalho;
• Administrar possíveis conflitos e interesses dos freqüentadores, tendo como foco principal a qualidade do atendimento;
• Preencher especificamente cada formulário de atendimento de clientes;
• Registrar a freqüência dos usuários;
• Acompanhar e registrar, através de formulário próprio, o desempenho dos usuários com deficiência;
• Zelar pela manutenção das instalações e equipamentos do telecentro;
• Reportar ao supervisor do turno os eventos que não se incluam nestas atribuições, em especial os referentes à clientela, instalações, equipamentos e atendimento.
O supervisor, além de ser pontual, assíduo e zelar pela manutenção e pelo atendimento dos funcionários do telecentro ao usuário, deve possuir as seguintes atribuições:
• Controlar diariamente o preenchimento dos formulários de atendimento específico;
• Controlar diariamente o registro da freqüência de todos os usuários;
• Acompanhar diariamente, através de preenchimento de formulário próprio, o desempenho das pessoas com deficiência;
• Acompanhar e orientar o desempenho dos monitores do turno, quanto ao horário, pontualidade e qualidade de atendimento aos freqüentadores do telecentro e propor medidas que contribuam para o aperfeiçoamento do trabalho;
• Manter e zelar pelo sigilo dos dados e informações coletados pela equipe;
• Estimular e manter a eficiência e eficácia da equipe nas tarefas a serem desenvolvidas, por meio de reuniões ou contatos individuais;
• Zelar pela precisão dos dados coletados e inseridos no sistema, e propor possíveis medidas para o aperfeiçoamento dessa tarefa;
• Elaborar relatório semanal de freqüência dos monitores;
• Elaborar relatório semanal de acompanhamento do atendimento, com dados sobre freqüência geral e específica das pessoas com deficiência, dificuldades constatadas, falhas apontadas e medidas sugeridas para sua correção;
• Administrar possíveis conflitos e interesses entre a clientela ou o pessoal, tendo como foco principal os objetivos do trabalho;
• Reportar-se ao gerente do telecentro em situações não enquadradas nas presentes atribuições, em situações eventuais ou previamente estabelecidas.
O gerente, de igual forma, deve ser pontual e assíduo. Atender e zelar pelo atendimento dos funcionários do telecentro ao usuário, com qualidade no trato e na postura profissional. O gerente deve possuir as seguintes atribuições:
• Administrar o funcionamento de todas as atividades do telecentro: pessoal, financeiro, bancário, orçamentário, instalações, equipamentos, segurança e qualidade do atendimento prestado;
• Prover a manutenção das instalações físicas e equipamentos do telecentro para adequadas condições de uso;
• Acompanhar, através de formulário próprio, o desempenho das pessoas com deficiência;
• Acompanhar e orientar com regularidade o desempenho do pessoal quanto ao horário, pontualidade e qualidade de atendimento aos freqüentadores do telecentro e adotar medidas que contribuam para o aperfeiçoamento do trabalho;
• Adotar medidas que garantam a preservação do sigilo dos dados e informações coletados pela equipe;
• Examinar o relatório mensal de freqüência dos monitores e supervisores;
• Administrar possíveis conflitos e interesses do pessoal, tendo como focos principais a qualidade do atendimento e os objetivos do projeto;
• Estimular e manter a eficiência e eficácia da equipe nas tarefas a serem desenvolvidas, por meio de supervisão direta, reuniões ou contatos;
• Conferir mensalmente o preenchimento dos formulários específicos de atendimento. Conferir mensalmente o registro da freqüência de todos os usuários;
• Conferir mensalmente a precisão dos dados coletados e inseridos no sistema e propor medidas para o aperfeiçoamento dessa tarefa.
Como deve ser o espaço físico do TCA?
O espaço físico de um TCA deve ser dividido por área de trabalho.
1) Sala de entrada com recepção:
É uma sala onde os usuários serão entrevistados, cadastrados e, de acordo com cada necessidade, encaminhados para atendimentos especializados.
2) Sala de fragmentação:
Figura 2: Sala de fragmentação
A sala de fragmentação é um local utilizado para preparar usuários que não têm condições de usar inicialmente o computador. Nesta sala existem ajudas técnicas e materiais específicos para estes casos. Esta sala serve também como um laboratório de tecnologias, oferecendo soluções metodológicas, digitais e arquitetônicas.
A sala de fragmentação disponibiliza modelos que podem ser desenvolvidos para outros projetos públicos de apoio a pessoas com deficiência.
Essa sala deve ter em média área de 2x3 m2 com mesas, cadeiras e ajudas técnicas específicas para cada deficiência.
As principais ajudas técnicas para o atendimento são:
• Mouses adaptados: mouses com adaptações e acionadores de entradas
• Teclados adaptados: teclados InteliKeys; teclados com contrastes (preto, branco e amarelo); teclados Comfy; lâmina Concept;
• Monitor reestruturado com cores e adesivos;
• Fone de ouvido;
• Software específico para cada modalidade de aprendizagem;
• Brinquedos adaptados que simulem necessidades a serem adquiridas para o uso do computador. Necessidades básicas - ligar e desligar (causa-efeito), manter contato (continuidade), deslizamento, varreduras horizontais e verticais, manutenção do olhar.
Algumas dessas ajudas técnicas estão disponíveis na sala de fragmentação do TCA de Taguatinga - DF.
3) Sala de atendimento:
A sala de atendimento é um espaço totalmente acessível, física e digitalmente, onde os usuários estudam e usam a Internet.
Figura 3: Sala de atendimento
Público Alvo
• Pessoas com Deficiência;
• Pessoas com Necessidade Especial;
• Pessoas com Baixa Escolaridade;
• Pessoas de Baixa Renda.
Procedimentos Metodológicos
A primeira etapa para a criação do TCA é fazer um levantamento das variáveis físicas que impedem ou dificultam o acesso do público alvo.
A criação de um indispensável e grande cadastro de tecnologias acessivas é fundamental para o atendimento apropriado do público que dele necessita, pois valoriza a correta aplicação e utilização das técnicas de acordo com as necessidades dos usuários.
Para melhor conhecimento das ajudas técnicas e das características, necessidades e limitações das pessoas com deficiência, foi preparado um curso de capacitação e treinamento especializado para os monitores do TCA.
As informações coletadas pelos monitores foram reunidas, cadastradas, analisadas e estudadas para apresentação da proposta metodológica de atendimento. A etapa seguinte foi o preenchimento de um formulário pelos monitores no processo de atendimento, para ver qual é a técnica mais adequada a cada usuário.
Estrutura dos Capítulos
O documento está escrito de forma que permita ao leitor o entendimento dos conceitos sobre o desenvolvimento do TCA e as etapas da metodologia de atendimento.
No capítulo 2, estão demonstrados os aspectos da acessibilidade física para a construção de um TCA. O capítulo 3 mostra a discussão sobre os diferentes tipos de deficiência. Em seguida, no capítulo 4, estão focalizados aspectos relacionados à acessibilidade digital. Neste capítulo, estão elucidadas as dificuldades que sentem as pessoas com deficiência e as soluções que as permitem contorná-las.
Para facilitar a leitura, o capítulo 4 se desdobra no capítulo 5, que especifica as ajudas técnicas necessárias a cada deficiência. Nesse capítulo, serão mostrados alguns equipamentos e programas apropriados para o atendimento diferenciado das pessoas com deficiência e com necessidades especiais.
O capítulo 6 especifica a metodologia de atendimento e suas fases. Mostra as tarefas de cadastramento, anamnese, agendamento de sessão, acompanhamento e integração com a comunidade local. Esse capítulo apresenta descrições de atendimentos e os depoimentos dos monitores referentes ao atendimento das pessoas com deficiência nos telecentros.
Capítulo 2- Requisitos Físicos de Acessibilidade para Implantação de Telecentros Acessíveis
As normas aqui descritas enfatizam os aspectos físico-espaciais da edificação, das áreas urbanas e do entorno ao telecentro. Essas diretivas estão de acordo com os decretos 3.298 de 1999 e o 5.296 de 2004; esse último também é conhecido como lei de acessibilidade. Ambos recorrem às normas da ABNT para determinar as medidas e maneiras corretas de tornar os ambientes físicos acessíveis.
As características do ambiente físico são baseadas na Norma 9050 da ABNT, versão 2004. Foram enfatizados, nesse documento, os aspectos relacionados ao atendimento de pessoas com deficiência e de baixa renda, a fim de direcionar, sem restringir, os caminhos a serem percorridos na montagem física de um Telecentro Acessível.
A estrutura considera desde a escolha da macrorregião – considerando os recursos de transporte público e sua relação com outros lugares - até o entorno, a edificação e o formato das mesas e cadeiras.
Diretivas para Adequação do Ambiente Físico-Espacial
1ª Etapa – Escolhendo o local
Quanto ao bairro – O bairro a ser escolhido deve:
• Ter um grande número de pessoas carentes no próprio bairro e em bairros próximos;
• Ter recursos de transporte público com vários pontos de ônibus e metrôs que façam a ligação com outros bairros;
• Ser um corredor de circulação para outras localidades.
Quanto às características das proximidades na localização:
Nessa fase é preciso verificar a facilidade/dificuldade em termos de acesso aos pontos de ônibus e metrôs em relação:
• Às curvas de nível do local. Locais cujas curvas de nível sejam muito acentuadas dificultam muito a locomoção da pessoa com deficiência física ambulatória;
• À proximidade desses pontos ao sítio. Um menor percurso pode significar, para pessoas com deficiência, encontrar menos barreiras arquitetônicas e mais facilidade para se familiarizar com o trecho, e isso pode possibilitar percorrê-lo com mais autonomia;
• À segurança nas vias de tráfego principais e nas redondezas. O fato de precisar atravessar avenidas com grande circulação de veículos, sem estar protegido por sinaleiros nem por faixas de pedestres, bem como de ter vias próximas com características de trânsito de veículos em alta velocidade, não é recomendável para um percurso onde se propõe a circulação de pessoas com deficiência. Isso implica o aumento de situações de risco.
Quanto aos percursos mais comuns e à percepção de barreiras físicas:
• Verificar se os pisos das calçadas nos trechos dos percursos mais comuns, entre o telecentro e as vias principais de transporte urbano, estão quebrados; se existe diferença de nível de uma parte para outra; se existe declividade (mesmo quando acompanha o desnível da via), em um trecho ou parte dele; se existe declividade no sentido transversal, isto é, da direção do meio-fio para as edificações e se existe rebaixamento de meio-fios para mudança de calçadas;
• Verificar a segurança em vias de pedestres no que diz respeito ao estacionamento indevido de carros; à entrada e saída de veículos das edificações, que podem provocar atropelamentos; aos portões eletrônicos tipo ‘máximo-air’, mesmo quando possuem luminária de alerta, pela dificuldade de serem percebidos até pela bengala; às placas e toda sorte de apetrechos de propaganda colocados nas calçadas e que provocam tropeções e batidas do corpo ou da cabeça; e também à obstrução provocada pelo adensamento de ambulantes, que afunilam as áreas de circulação e deixam, geralmente, as áreas mais estreitas que as necessárias para a passagem;
• Verificar a segurança em vias de tráfego de veículos - A autonomia das pessoas com deficiência é muito prejudicada pela pouca segurança encontrada, principalmente nas vias de veículos. Assim, as faixas de pedestres devem ser respeitadas com rebaixamento de meio-fios nos dois lados da mesma; sinais de trânsito para pedestres; sonorização nos sinais; e reforço quanto à obediência à velocidade permitida;
• Verificar se as vagas especiais para pessoas com deficiência são reservadas, obrigatoriamente 1% para estacionamentos com mais de 100 vagas, ou somente uma se forem de 11 a 100 vagas, observando-se que não é prevista vaga para estacionamento com 10 carros ou menos.
Diligências devem ser feitas para a verificação dos segmentos inacessíveis nos percursos de ligação entre os pontos de transporte próximos e o local determinado para o telecentro. Os principais problemas de acessibilidade que devem ser verificados são: desajustes nos níveis de trechos das calçadas; pavimentação com declividade transversal excessiva; obstrução por uso indevido de veículos estacionados e; abertura de portões de garagens de alguns edifícios que avançam sobre o espaço aéreo das calçadas.
A diferença de nível, comumente encontrada nas entradas dos estabelecimentos de comércio ou serviço, é fator de preocupação, considerando que a área das calçadas, em vários trechos é insuficiente para conter, separadamente, um trecho em rampa e outro plano na horizontal de continuidade do percurso para seguir adiante.
Caso sejam verificados pontos inviáveis de circulação, deve-se fazer contato com a administração local (prefeitura) para que, mesmo de forma emergencial, sejam tomadas medidas de acessibilidade.
2ª Etapa - Escolhendo o prédio do Telecentro
Quanto às características pré-existentes:
• Ser próximo aos pontos de ônibus e metrôs;
• A sua entrada deve ter o mínimo de acessibilidade ou facilidade para ser adequada posteriormente, e assim, uma pessoa com deficiência, que geralmente se locomove sozinha, tenha condições de entrar no prédio sem ajuda de terceiros;
• Ter área suficiente para, após a instalação de todo o mobiliário e equipamentos, permitir a livre circulação de pessoas com deficiência, incluindo pessoas em cadeiras de rodas;
• Que o banheiro seja acessível ou esteja em condições de ser adaptado.
Quanto às intervenções necessárias:
• Se o prédio tiver o pavimento térreo em um nível mais alto que a calçada, geralmente formando um ou mais degraus, é necessária a intervenção construtiva seja pela associação de uma rampa metálica, por uma rampa de alvenaria ou plataforma mecânica;
• Dependendo da largura da calçada, pode-se optar pela posição da rampa, isto é, se há bastante espaço e o desnível é pequeno, é possível que a rampa possa ser feita na direção perpendicular à linha da fachada da entrada. Caso contrário, é preciso que se encontre uma forma de deixá–la paralela àquela linha. Nesse caso, o patamar também deverá ser levado em consideração, colocando-o no final da rampa para possibilitar o giro em 90º da cadeira de rodas. Em ambos os casos, sempre que possível, também é importante viabilizar o uso do degrau. É necessário que ambos os recursos estejam completos, com sinalização de piso tátil de início e final, piso antiderrapante, apoio de corrimãos e guarda-corpo.
Quanto ao acesso a todos os níveis/pavimentos:
Não é permitido, em espaços públicos, que pessoas sejam impedidas de circular pelos ambientes, unicamente por sua condição física.
• Locais onde a circulação vertical é feita somente pelas escadas, por não ser recomendável a colocação de uma rampa, é preciso algum tipo de equipamento eletromecânico - plataforma ou elevador. Então, as pessoas que estiverem em cadeiras de rodas poderão vencer as diferenças de nível com segurança e autonomia, sem que passem pelo manejo de terceiros. Assim, evitam-se situações, muitas vezes, constrangedoras, que podem ocasionar acidentes graves, não apenas para quem é ajudado, mas para quem ajuda;
• Quando é necessário um elevador, para que uma pessoa em cadeira de rodas possa transpor a mudança de nível confortavelmente, segundo a Norma 13994 de maio 2000, da ABNT, entre outras condições, recomenda-se que sua cabina deva ter dimensões mínimas de 1,25m de profundidade e 1,00m de largura. Para garantir segurança, o tempo de abertura da porta deve estar ajustado entre 5 e 15 segundos; tempo que pode ser minimizado por um botão de fechamento de porta do controle da cabina. As portas devem ter um controle por feixes de luz e assim impedirem que se fechem quando houver pessoa ou objeto transpondo-as. Devem ter botoeira, da cabina e do pavimento, com informações em Braille e informação de localização sonora e luminosa (para pessoas com deficiência auditiva).
3ª Etapa – Instalando e mobiliando o Telecentro
Quanto às instalações:
As instalações do Telecentro devem conter:
• Banheiros adequados às pessoas em cadeiras de rodas e outras necessidades: Mesmo que haja no local um só banheiro, que atenda ambos os sexos, esse deverá ser adaptado às pessoas com cadeiras de rodas. É necessário, no mínimo, um banheiro por pavimento que seja acessível, com os seguintes elementos e dinâmicas:
o barras obrigatórias junto aos vasos sanitários, colocados de acordo com a norma 9050 da ABNT, para que possam realmente servir de apoio e não de impedimento à aproximação da cadeira, e devem estar a 0,75m do piso, variando-se a altura, quando se fizer uso de caixa de descarga acoplada, a qual então estará 0,15 m acima da altura da mesma;
o O vaso deve ter altura final de 0,46m, ou por ser mais alto de fábrica, por ter um pequeno salto que o eleve, ou por possuir assento com a espessura que compense a altura;
o A pia ou bancada deve ser suspensa, não possuir obstáculos, como armários ou testeiras de acabamentos de bancadas, de modo que a aproximação da cadeira de rodas seja facilitada;
o As torneiras devem ser de fácil manuseio, de toque, com sensor, ou mesmo de alavanca;
o Acessórios como: toalheiro, saboneteira, porta-objeto e cabide precisam ser colocados em alturas entre 0,80 e 1,20 m e;
o A sinalização com cores contrastantes poderá informar às pessoas de baixa visão sobre a localização de acessórios e interruptores.
• Iluminação adequada e ajustável - Pessoas com deficiência visual - não cegas - podem ter variadas necessidades em termos de iluminação. Algumas pessoas têm fotofobia e grande dificuldade com a claridade intensa. Outras precisam estar em um ambiente com bastante iluminação para conseguirem usar seu resquício de visão. Por motivos como esses, ter condições flexíveis de iluminação é a melhor maneira de lidar com a necessidade que surgir. Colocar as instalações elétricas paralelas e utilizar interruptores diferentes para cada conjunto de luminárias é boas maneiras de dispor da iluminação para diferentes casos. Cortinas e persianas são também necessárias, pois permitem ou restringem o excesso de luz natural nos ambientes. É interessante sempre se observar que uma fonte de luz, seja ela natural ou artificial, poderá refletir em telas de computadores, em quadros de professor, ou simplesmente provocar desconforto em uma pessoa com baixa visão.
• Disposição de comandos ao acesso de pessoas com deficiência visual e física - Pontos de comando como: interruptores e outros dispositivos devem estar sempre localizados em espaços próximos à circulação, sem mobiliário, ou qualquer equipamento que dificulte seu acesso. Os espelhos das tomadas e interruptores devem estar marcados com uma borda de cor contrastante para serem mais bem identificados.
Quanto ao espaço de circulação interna:
• A largura das passagens e corredores - Para se permitir a livre circulação de pessoas em uma passagem, são requeridos no mínimo 90 cm para uma pessoa, mesmo que ela esteja em cadeira de rodas. Para duas pessoas, a recomendação varia de 120 cm a 150 cm, sendo somente uma em cadeira de rodas, para duas pessoas em cadeiras de rodas, a variação é de 150 cm a 180 cm. Os espaços variam com o uso, na circulação entre cadeiras de uma fileira e as mesas da fileira posterior deve-se considerar o espaço gasto pelas cadeiras para permitir o acesso a pessoas em cadeiras de rodas. Para corredores de distribuição de salas, além das medidas para circulação em linha reta, é necessário que se possa fazer manobra com a cadeira de rodas, com espaço suficiente para, em posição lateral, ter acesso à maçaneta e, para se posicionar em frente à porta e transpô-la.
Quanto à orientação para pessoas com deficiência visual em relação às indicações no piso - As indicações no piso são fontes de informação para a pessoa com deficiência visual, seja ela cega ou com baixa visão.
• Deve-se colocar faixas no piso com cor contrastante para as pessoas com baixa visão;
• Relevo suficiente para ser sentido com o uso da bengala ou com o solado do sapato, na pisada. Essas faixas devem acompanhar todas as diferenças de nível onde se possa circular, ou seja, em torno de um rebaixamento de meio-fio, no princípio e no final de rampas e escadas, e em cada degrau. A intenção é que sirvam de alerta. Elas devem contornar a projeção no piso de objetos aéreos que estejam entre 0,60m e 2,10m e que representem perigo; e devem ser colocadas a 0,60m além da projeção dos mesmos. As faixas indicativas direcionais servem de guias para mostrar a circulação e devem estar livres de obstáculos.
Quanto à disposição adequada do mobiliário - Para dispor o mobiliário de maneira a tornar o espaço acessível e necessário:
• Balcão de atendimento a todos - Informações e cadastramentos por parte de usuários de cadeiras de rodas exigem que os balcões de atendimento tenham alturas máximas de 0,90m na parte superior externa e 0,73m de altura interna. Em telecentros, o atendimento pode ser feito, sem prejuízo da função, em mesas que permitam a relação de atendimento e que as pessoas fiquem sentadas;
• Respeitar as distâncias mínimas para circulação de pessoa em cadeiras de rodas. Os espaços devem ser amplos para que as pessoas possam escolher onde querem ficar; isso é também um fator de inclusão, se considerarmos que os ambientes costumam ser bastante restritivos para os usuários de cadeira de rodas;
• Para uma pessoa com deficiência visual, as recomendações são quanto à sua necessidade de memorizar a disposição do mobiliário. Assim, não é recomendável que se proceda a mudanças constantes, ou quando as mesmas tiverem que ocorrer, a pessoa deve ser comunicado para que possa refazer em sua mente um novo percurso. Isso obviamente variará conforme a possibilidade que se tenha de uso ou não, de um pouco de visão. É também recomendado que as portas de cômodos ou de armários sejam sempre fechadas ou mantidas totalmente abertas, pois portas entreabertas costumam serem obstáculos para pessoas com deficiência visual;
• Fios e cabos devem ficar escondidos para não prejudicarem o uso do espaço pelas pessoas em geral, principalmente, daquelas com deficiência.
Quanto ao conforto físico no uso de equipamentos de informática:
• As mesas devem ter altura suficiente para pessoas em cadeiras de rodas. Segundo a norma 9050 da ABNT de 2004, a mesa acessível a pessoas em cadeiras de rodas deve ter uma altura interna mínima de 73 cm, isto é, do piso à parte inferior do tampo da mesa ou da estrutura que o suporta. Essa informação é muito importante, pois, muitas vezes, por uma má compreensão do texto da norma, é medida a altura do piso a partir da parte superior do tampo da mesa. Não se leva em consideração a espessura do mesmo ou das partes estruturais que sustentam o tampo, às vezes com outro material (p.ex. perfil de ferro) e que consomem altura interna e impedem a aproximação da pessoa em sua cadeira por causa dos joelhos;
• Da mesma forma, a profundidade por baixo do tampo pode ser reduzida quando há travamento das pernas da mesa por uma barra que liga ambos os lados de uma mesa retangular; nesse caso, serão os pés que encontrarão a barreira. Assim, a medida mínima aqui é de 50 cm de profundidade;
• Quanto à largura, uma cadeira de rodas tem em média 60 a 70 cm de largura, como um equipamento que exige manobra, mesmo que seja feita na circulação de acesso à mesa, o manejo do ato de aproximação requer, no mínimo, 80 cm de largura e espaço livre;
• Em locais que busquem o desenho universal , é importante que um mesmo mobiliário possa ser usado por pessoas com diferentes características. Nesse caso, o mais recomendável é que seja acrescida à medida mínima de altura, somente a espessura do tampo, ou se necessário, do tampo e de sua estrutura, para que a mesma tenha uma altura confortável também para outras pessoas que estejam sentadas em cadeiras fixas ou de rodízio;
• Pequenos detalhes podem permitir ajustes de altura, como as simples arruelas de nivelamento instaladas nos pés das mesas;
• Para a prevenção de incidentes, principalmente com pessoas com deficiência visual, é recomendado que o mobiliário tenha bordas sem pontas, ou seja, arredondadas, com cores contrastantes nas paredes, bem como no piso;
• Altura e posição da cadeira, monitor e teclado - Cadeiras com rodízios, colocadas em mesas com microcomputadores, devem permitir ajuste de altura frente às diferenças significativas de estaturas entre os usuários. É recomendado que o usuário, quando sentado, tenha condições de ter seus pés apoiados; e, em postura ereta, seus olhos estejam na mesma altura da borda superior da tela do monitor; caso haja apoio de braços, sua altura seja também ajustável para permitir que seus cotovelos estejam na mesma altura do teclado;
• Tipos de cadeiras - para usar os computadores, adotam-se naturalmente as cadeiras com rodízios, entretanto é necessário que as cadeiras fixas façam parte do mobiliário constante de ambientes acessíveis. As pessoas que usam os pés para escrever necessitam de cadeiras que sejam fixas e permitam que haja uma boa movimentação dos membros inferiores sem que a cadeira se mova quando elas se mexerem. A estrutura dos pés deve ter quatro pontos para a maior segurança das pessoas, principalmente quanto à distribuição de peso;
• Acessórios - A prancheta de leitura é um acessório que se usa ao lado da tela do computador para segurar o papel que se quer olhar ou copiar, e deixá-lo mais próximo do campo de visão do usuário. Útil ao usuário de baixa visão, que faz movimentos repetitivos e cansativos para ler o texto e o monitor. Ela é encontrada em casas de produtos de informática, em materiais diferentes, e com diferentes estruturas de suporte, acoplada ao monitor ou independente. Outro acessório é o veda-estímulos. Ele é usado por trás do monitor e é confeccionado em tecido lavável, de cor escura, com uma armação que o mantém à frente de todas as outras coisas existentes sobre a mesa de estudo; além disso, propicia que a atenção do usuário se fixe na tela do computador e não sobre objetos que poderiam distraí-lo;
Capítulo 3 - Definindo Deficiência
Várias são as discussões referentes aos aspectos relacionados à deficiência. Quais as iniciativas e tecnologias de apoio que facilitam a inclusão? Antes de responder a esta questão é necessário entender o que é deficiência, quem são as pessoas com Necessidades Especiais e qual o termo politicamente correto para tratar as pessoas que possuem alguma limitação física, sensorial ou motora.
No documento ICIDH – International Classification of Impairment, Disability and Handicap, criado pela OMS - Organização Mundial de Saúde, foram elaboradas algumas classificações referente aos indivíduos que possuem limitações físicas, sensoriais e motoras. A OMS definiu as expressões Deficiência, Incapacidade e Minusvalia e as conceituou com base nas conseqüências das doenças.
Abaixo, de acordo com a biologia, desempenho e valoração da atividade de cada pessoa, foram definidos os conceitos acima, sendo estes similares a classificação elaborada pela OMS descrita no documento ICIDH: (MONTOYA, 1998)
- Deficiência (Impairment): perda ou anormalidade de uma estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica;
- Incapacidade (Disability): restrição ou ausência da capacidade de realizar uma atividade na forma ou dentro da margem que se considera normal para o ser humano;
- Desvantagem (Handicap): é a situação desvantajosa em que se encontra um indivíduo, em conseqüência de uma deficiência ou de uma incapacidade, que lhe limita e impede de desempenhar um rol de atividades que seria considerado normal para pessoas da mesma idade, sexo e nível sociocultural.
Mesmo sem possuir nenhuma deficiência, podem existir indivíduos que apresentem algum tipo de incapacidade ao realizar determinada tarefa. Uma incapacidade seja ela conseqüência de uma deficiência ou não, pode causar uma desvantagem gerando uma “necessidade especial” que precisa ser trabalhada, para que esta desvantagem seja suplantada. Apesar de muitas vezes serem considerados iguais e estarem intimamente relacionados os termos “deficiência” e “incapacidade” têm significados diferentes.
Dois fatores devem ser observados ao estabelecer a diferença entre deficiência e incapacidade: primeiro, que uma “deficiência” não é necessariamente congênita, podendo ser adquirida em conseqüência de traumas, acidentes ou doenças; segundo, que uma incapacidade pode ser permanente ou temporária em função de vários fatores, tais como: estresse, carga de trabalho etc. Assim, qualquer pessoa tem, teve ou pode vir a ter uma incapacidade ao longo da vida.
Vanderheiden, diz que é extremamente difícil estabelecer uma fronteira que seja capaz de separar de forma linear as pessoas que não possuem deficiência daquelas que são consideradas incapazes ou que tem necessidades especiais (VANDERHEIDEN, 2001).
O termo “Pessoas Portadoras de Necessidades Especiais” originou-se da expressão “Special Education Needs” associada ao relatório Warnock. No Brasil, adotou-se este termo, porém, especialistas na área de educação discutem se a tradução adequada seria “Necessidades Educativas Especiais ” ou “Necessidades Educacionais Especiais ”. Como a área de educação é uma das que mais aparece a questão da diversidade, usou-se por muito tempo a expressão “Pessoas Portadoras de Necessidades Educativas Especiais”. Esse termo foi se generalizando até surgir o termo “Necessidades Especiais ” (TORRES, 2002) e atualmente utiliza-se o termo “Pessoa com Deficiência”.
Com base nas expressões: Deficiência, Incapacidade e Desvantagem, cada país fez a sua própria tradução para designar os que possuem alguma incapacidade em conseqüência de algum tipo de deficiência ocasionando desvantagem em relação a outros indivíduos que tenham a mesma característica . “Pessoas com Deficiência” é o termo usado no Brasil para designar este grupo de pessoas (TORRES, 2002).
Com base nessa classificação A OMS – Organização Mundial de Saúde elaborou um novo documento chamado ICDH-2 (International Classification of Functining, Disability and Health) baseado agora não mais nas conseqüências das doenças e sim nos componentes de saúde. Várias classificações compõem o ICDH-2. As apresentadas abaixo são baseadas no WHO - World Health Organization,
• Funcionamento (Functioning) é o termo genérico para as funções corporais, estruturas corporais, atividades e participação. Representa os aspectos positivos da interação entre um indivíduo e seus fatores contextuais. Este conceito está classificado conforme segue:
○ Funções corporais: São funções fisiológicas e psicológicas do sistema corporal;
○ Estruturas corporais: são partes anatômicas do corpo, como os órgãos e membros;
○ Atividade: É a execução de uma tarefa ou ação por um indivíduo;
○ Participação: É um envolvimento em uma determinada situação da vida;
○ Fatores Ambientais: Referem-se a todos os aspectos do mundo externo que influenciam a vida de um indivíduo, tais como, o mundo físico, políticas, regras, leis, sistemas sociais e serviços;
○ Fatores pessoais: Referem-se aos fatores relacionados ao indivíduo, tais como idade, sexo, posição social e experiência de vida;
○ Fatores contextuais: São os fatores que, em conjunto, constituem o contexto completo da vida de um indivíduo. É composto pelos fatores ambientais e pessoais.
• Incapacidade (desability): É o termo genérico para deficiências, limitações nas atividades e restrições na participação. Representa os aspectos negativos da interação de um indivíduo e seus fatores contextuais:
○ Deficiência: São problemas nas funções ou estruturas corporais, referentes à perda ou desvio significativo;
○ Limitações na atividade: São dificuldades que um indivíduo pode ter na execução de uma atividade. Uma limitação na atividade pode variar de um pequeno a um grande desvio, referente à quantidade ou qualidade na execução da atividade, na maneira ou na extensão que é esperada para uma pessoa sem as mesmas condições de saúde;
○ Restrições na participação: São problemas que um indivíduo pode experimentar no envolvimento em situação de vida. A presença na restrição da participação é determinada pela comparação da participação do indivíduo, com aquela que é esperada para um indivíduo sem incapacidade, naquela mesma cultura ou sociedade.
• Condições de Saúde: É o termo genérico para doença, desarranjo, ferimento ou trauma. A condição de saúde pode abranger outros fatores como gravidez, envelhecimento, estresse, anomalia congênita ou predisposição genética.
No documento ICIDH-2 pode-se encontrar características mais particulares das deficiências. O documento ICIDH-2 ressalta também, que uma deficiência pode ocasionar outras deficiências.
A definição e o entendimento destes conceitos são extremamente importantes para que todos tenham um diálogo comum. Além disso, a falta de uma terminologia adequada prejudica o estabelecimento de políticas para essa parte da sociedade, não se sabendo ao certo quem são, como são e quantas são essas pessoas (TORRES, 2002). A discussão destes conceitos é muito relevante, pois se precisa detectar quais as limitações na atividade e as restrições de um determinado grupo de pessoas para que se possam desenvolver tecnologias de comunicação e informação acessíveis, a fim de melhorar as condições de vida.
Deficiência Visual
A deficiência visual está dividida em cegueira e baixa visão.
1. Cegueira, na qual a acuidade visual é igual ou menor que 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica;
2. Baixa Visão, que significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica;
3. Os casos nos quais a somatória da medida do campo visual em ambos os olhos for igual ou menor que 60º; ou a ocorrência simultânea de quaisquer das condições anteriores; (Decreto n. 5.296 2/12/2004).
Adotaremos aqui a definição dada pela American Foundation for the Blind (1957 p. 55), na qual pessoa cega é aquela “cuja perda de visão indica que pode e deve funcionar em seu programa educacional, principalmente através do uso do sistema Braille, de aparelhos de áudio e de equipamento especial, necessário para o alcance de seus objetivos educacionais com eficácia, sem o uso da visão residual”. (Masini, 1994, pg. 40).
Os deficientes visuais de baixa visão com o mesmo grau da acuidade visual e maturação biológica podem apresentar diferentes níveis de interesses e aprendizagem, e assim pode ser necessário o uso de contrastes de cores, formas e ampliação de imagens, conforme a necessidade de cada um. Do ponto de vista intelectual, não existe diferença entre pessoa cega e de baixa visão, portanto, a potencialidade mental do indivíduo não é alterada pela deficiência visual.
Deficiência Auditiva
Os conceitos de deficiência auditiva e surdez são conceitos fluidos. Indivíduos com níveis de perda auditiva leve, moderada e severa são mais freqüentemente chamados de deficientes auditivos, enquanto os indivíduos com níveis de perda auditiva profunda são chamados surdos. De uma maneira geral, deficientes auditivos são oralizados (comunicam-se por língua oral e fazem leitura labial) e surdos são sinalizantes (comunicam-se por meio da língua de sinais). De qualquer forma, é preciso enfatizar que para um deficiente auditivo ou surdo ser oralizado ou sinalizante é mais uma questão de opção e oportunidade do que de qualquer convenção que se queira fazer.
A deficiência auditiva é genericamente considerada como a diferença existente entre a atuação do indivíduo e a habilidade normal para a detecção sonora de acordo com padrões estabelecidos pela American National Standards Institute (ANSI - 1989).
O Decreto 5.296 de 2/12/2004 define deficiência auditiva como a perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibéis (db) ou mais, auferida por audiograma nas freqüências de 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz. Considera-se, em geral, que a audição normal corresponde à habilidade para detecção de sons até 20 db N.A. (decibéis do nível de audição).
Deficiência Física
Entende-se por deficiência física a alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, que se apresenta como: paraplegia; paraparesia; monoplegia; monoparesia; tetraplegia; triplegia; hemiplegia; hemiparesia; ostomia; amputação ou ausência de membro; paralisia cerebral; nanismo; membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho de funções (Decreto n. 5.296 2/12/2004).
Algumas deficiências físicas, como as decorrentes de lesão medular, além de causarem seqüelas físicas, isto é, alterações no funcionamento do aparelho locomotor, podem trazer, concomitantemente, alterações nas diversas funções dos sistemas do organismo: excretor, respiratório, circulatório, reprodutivo e sexual. Dada a extensão de tais disfunções, são necessários alguns cuidados básicos para evitar complicações decorrentes delas. As complicações mais comuns em lesões crônicas são as escaras (feridas na pele provocadas pela falta de mudança de decúbito) e a infecção urinária. A prevenção dessas complicações exige o empenho constante do portador da lesão medular, além de um ambiente adaptado e, por vezes, o auxílio de terceiros em alguns procedimentos.
O que fazer quando você encontrar uma pessoa em cadeira de rodas?
• Sente-se para que você possa ficar com os olhos num mesmo nível. Para uma pessoa sentada, é incômodo ficar olhando para cima por muito tempo;
• Não se acanhe em usar palavras como “andar” e “correr”, as pessoas que usam cadeira de rodas empregam as mesmas palavras;
• Não vá segurando automaticamente a cadeira de rodas, ela é parte do espaço corporal da pessoa, quase uma extensão do seu corpo. Agarrar ou apoiar-se na cadeira de rodas é como agarrar ou apoiar-se numa pessoa sentada numa cadeira comum. Isso, muitas vezes, é simpático, se vocês forem amigos, mas não deve ser feito se vocês não se conhecem;
• Esteja atento para a existência de barreiras arquitetônicas quando for escolher uma casa, restaurante, teatro ou qualquer outro local que queira visitar com uma pessoa em cadeira de rodas.
Deficiência Motora
As deficiências motoras serão classificadas de maneira que sejam facilitados a identificação e os procedimentos para adequar as ajudas técnicas necessárias ao usuário. Neste tópico são apresentadas noções básicas que informam os tipos de situação motora de origem neurológica ou anatômica.
Paralisia cerebral: “O termo paralisia cerebral (PC) denota uma série heterogênea de síndromes clínicas caracterizada por distúrbios motores e alterações posturais permanentes de etiologia não progressiva que ocorrem em um cérebro imaturo, que podem ou não estar associadas a alterações cognitivas. As alterações motoras tornam o movimento voluntário descoordenado, estereotipado e limitado” (Geoffrey Milller, 2002).
Classificação das deficiências motoras
As deficiências motoras podem ser classificadas de acordo com tipo e localização motora:
• Espástica – Aproximadamente 60% das paralisias cerebrais acontecem no córtex motor. Os músculos são facilmente irritáveis e se contraem a partir da menor estimulação. A criança espástica apresenta rigidez muscular, ou tensão muscular. Isto significa dizer que os movimentos são rígidos, lentos e desajeitados. A rigidez tende a aumentar quando a criança vai emitir um comportamento voluntário, quando está aborrecida ou excitada, ou ainda, quando o seu corpo está em determinadas posições. O padrão de rigidez varia muito de criança para criança, mas o primeiro passo para facilitar que a criança manipule e explore os objetos é que ela esteja bem posicionada;
• Atetóide - A atetose consiste em movimentos com dificuldades no ritmo, concorrentes com movimentos voluntários, de forma que leva a descoordenação global. Os movimentos são lentos e contorcidos, ou súbitos e rápidos, nos pés, braços, mãos ou músculos faciais. É como se os braços fizessem movimentos nervosos, os pés dessem pequenos saltos, ou apenas uma mão ou um dedo se movesse sem intenção, fatos que dificultam a pessoa/criança pegar e manipular adequadamente os objetos. Quando afetados os músculos da fala, as crianças apresentam dificuldades em comunicar pensamentos e necessidades. Problemas de visão também podem estar associados ao quadro e dificultam a fixação visual para acompanhar os deslocamentos, bem como a dissociação dos movimentos olho-cabeça. Com a intensificação da fixação da visão, elas podem se tornar estrábicas;
• Atáxicas - Neste tipo de paralisia cerebral, a área afetada é o cerebelo. Suas principais características são: o desequilíbrio motor, a falta de coordenação e o nistagmo, que é um rápido movimento dos olhos. A criança com ataxia pode apresentar dificuldade para sentar-se ou ficar de pé; ela cai com freqüência e faz uso das mãos de maneira muito desajeitada. Geralmente necessita de suporte físico para permanecer sentada, sem cair.
A Paralisia Cerebral está classificada em três padrões típicos, dependendo das partes do corpo atingidas: hemiplegia, paraplegia e tetraplegia.
• Hemiplegia - Braço e perna do mesmo lado. O braço é dobrado; mão espástica ou flácida, devido ao pouco uso. Já a perna atingida se apóia na ponta dos pés, ou na lateral externa do pé;
• Paraplegia - Somente as duas pernas encontram-se afetadas, podendo haver ligeiro comprometimento de outras partes (diplégico). A parte superior do corpo geralmente não é afetada. A criança pode apresentar contraturas nos pés e nos tornozelos;
• Tetraplegia - São afetados tanto os membros superiores, como os inferiores. Ao caminhar, os braços, a cabeça e a boca podem sofrer contrações, os joelhos encostados um no outro, pernas e pés voltados para dentro. Muitas crianças com tetraplegia têm lesão cerebral tão severa que dificilmente poderão andar;.
• LEA - Lesão Encefálica Adquirida no adulto (a partir dos 17 anos);
• LEIA - Lesão Encefálica Adquirida Infantil (de 1 a 16 anos e 11 meses);
• Ocasionadas por AVE (Acidente Vascular Encefálico). TCE (traumatismo crânio-encefálico), anóxias cerebrais, pós-parada cardiorrespiratória, afogamentos e infecções do SNC, e tumores de origem glial.
Má Formação e Deformidades Ósseas
A má formação está relacionada aos defeitos estruturais que resultam de erros localizados na morfogênese (desenvolvimento da forma e da estrutura do organismo) e que podem levar a sérios comprometimentos orgânicos ou manifestarem-se de maneira suave sem prejuízo ao portador.
Deformidades ou deformações são alterações que ocorrem em estruturas embriologicamente bem desenvolvidas a partir de um mecanismo intra-uterino e não fetal.
As deficiências ósseas em crianças afetam principalmente os membros superiores e inferiores, a espinha e as articulações. As deficiências prejudicam a criança andar, sentar, ficar em pé e usar as mãos. Podem ser congênitas, se a criança nasce com elas; adquiridas, sendo então resultado de doenças infecciosas, de disfunções relativas ao desenvolvimento ou de acidentes.
Anormalidades nos pés e tornozelos são mais comuns dentro do tipo congênito. O “pé torto”, deformação em que um ou ambos os pés são torcidos para fora, isso ocorre com muita freqüência no tornozelo (Wilson, 1971).
As pessoas com deficiência física são beneficiadas somente com modificações no ambiente físico.
O que fazer quando você encontrar uma pessoa com paralisia cerebral?
• Respeite o ritmo da pessoa com paralisia cerebral, geralmente ela é mais vagarosa naquilo que faz, por exemplo: andar, falar, pegar as coisas, etc.;
• Tenha paciência ao ouvi-lo, pois a grande maioria tem dificuldades na fala. Há pessoas que confundem essa dificuldade e seu ritmo lento com a deficiência mental;
• Não trate uma pessoa com paralisia cerebral como uma criança ou incapaz. Ela é capaz de raciocinar e agir como as demais pessoas. Ela é apenas mais lenta;
• Lembre-se que a pessoa com paralisia cerebral não é portadora de doença grave ou contagiosa, porque a paralisia cerebral é fruto de uma lesão cerebral, portanto, não é doença nem é transmissível;
• Ajude a pessoa com paralisia cerebral quando ela lhe pedir e, pergunte o que deve ser feito e como. Muitas vezes, ela tem o seu modo de fazer as coisas e a sua “ajuda” pode atrapalhá-la e/ou inibi-la;
• Faça o possível para não olhá-la com pena ou repulsa ou como se estivesse vendo um extraterrestre. Ela é humana. As palavras-chave para lidar com a pessoa com paralisia cerebral são: paciência e respeito.
Deficiência Mental
Deficiência Mental aqui descrita está baseada na Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde, International Statistical Classification of Diseases and Related Health Problems - CID-10:
Retardo mental: Parada do desenvolvimento ou desenvolvimento incompleto do funcionamento intelectual, caracterizado essencialmente por um comprometimento, durante o período de desenvolvimento, das capacidades que determinam o nível global de inteligência, isto é, das funções cognitivas, de linguagem, da motricidade e do comportamento social. O retardo mental pode acompanhar um outro transtorno mental ou físico, ou ocorrer de modo independente;
Retardo mental leve: Amplitude aproximada do QI entre 50 e 69 (em adultos, idade mental de 9 a menos de 12 anos). Provavelmente devem ocorrer dificuldades de aprendizado na escola. Muitos adultos serão capazes de trabalhar e de manter um relacionamento social satisfatório e de contribuir para a sociedade.
Estão incluídos:
• atraso mental leve;
• debilidade mental;
• fraqueza mental;
• oligofrenia leve;
• subnormalidade mental leve;
Retardo mental moderado: Amplitude aproximada do QI entre 35 e 49 (em adultos, idade mental de 6 a menos de 9 anos). Provavelmente devem ocorrer atrasos acentuados do desenvolvimento na infância, mas a maioria dos pacientes aprende a desempenhar algum grau de independência quanto aos cuidados pessoais e adquirir habilidades adequadas de comunicação e acadêmicas. Os adultos necessitarão de assistência em grau variado para viver e trabalhar na comunidade.
Estão incluídos:
• atraso mental médio;
• oligofrenia moderada;
• subnormalidade mental moderada;
Retardo mental grave: Amplitude aproximada de QI entre 20 e 40 (em adultos, idade mental de 3 a menos de 6 anos). Provavelmente deve ocorrer a necessidade de assistência contínua.
Estão incluídos:
• atraso mental grave;
• oligofrenia grave;
• subnormalidade mental grave.
Retardo mental profundo: QI abaixo de 20 (em adultos, idade mental abaixo de 3 anos). Devem ocorrer limitações graves quanto aos cuidados pessoais, continência, comunicação e mobilidade.
Estão incluídos:
• atraso mental profundo;
• oligofrenia profunda;
• subnormalidade mental profunda.
Múltiplas Deficiências
Entende-se por múltiplas deficiências a associação de duas ou mais deficiências com comprometimentos que acarretam atrasos no desenvolvimento global e na capacidade adaptativa (Decreto n. 5.296 de 2/12/2004).
São portadores de deficiências múltiplas aqueles que apresentam as seguintes associações: deficiência física/mental; deficiência visual/auditiva; deficiência visual/física; deficiência mental/auditiva; deficiência mental/visual; deficiência auditivo-física; deficiência mental/conduta típica.
Consideram-se ainda como deficientes múltiplos, aqueles com déficit intelectual severo, uma vez que apresentam também deficiências secundárias como decorrência da intensidade e amplitude de sua condição. São dependentes, sempre necessitando de assistência, bem como de ambiente supervisionado (Revista Orientação Pedagógica, 1998).
Capítulo 4 - Requisitos Tecnológicos de Acessibilidade para Implantação de Telecentros Acessíveis
Este capítulo discute os aspectos relacionados à acessibilidade digital. É apresentado o conceito de acessibilidade e são elucidadas as dificuldades de acesso que sentem as pessoas com deficiência e as soluções que permitem contornar essas dificuldades nos Telecentros Acessíveis.
Definindo Acessibilidade
A acessibilidade tecnológica ou digital passa por todos os aspectos relacionados aos diferentes tipos de acessibilidade, expostos a seguir: Acessibilidade Arquitetônica (relacionada ao meio físico); Acessibilidade Comunicacional (relacionada a qualquer tipo de comunicação interpessoal, escrita e virtual); Acessibilidade Metodológica (relacionada aos métodos e técnicas de estudo, de trabalho e de lazer ou recreação); Acessibilidade Programática (relacionada às políticas públicas e normas ou/e regulamentos) (SASSAKI, 2003).
Apesar do conceito de acessibilidade ser bastante amplo, ele pode ser entendido como “Possibilidade de acesso, processo de conseguir igualdade de oportunidade em todas as esferas da sociedade” (ONU). Logo, a acessibilidade digital é uma forma de tornar uma tecnologia fácil de ser usada por qualquer pessoa, independente de sua “condição física, sensorial, cognitiva, social ou condição de trabalho” [6].
O acesso digital pode ser facilitado pela utilização das tecnologias assistivas ou ajudas técnicas. Tais tecnologias permitem que pessoas com diversos tipos de dificuldades - sensoriais, físicas, cognitivas – tenham acesso aos computadores e possam utilizá-los, valendo-se dos benefícios que eles oferecem. Falar de acessibilidade para todos inclui atender às necessidades individuais das pessoas. As ajudas técnicas beneficiarão os usuários propiciando-lhes acesso aos conhecimentos, fundamentais na sociedade atual.
Os itens seguintes deste capítulo descrevem as diretivas para acesso e uso do ambiente de hardware e software por pessoas com deficiência de acordo com suas características.
O Acesso da Pessoa com Deficiência Visual
Quanto à comunicação
As informações descritas nos itens abaixo foram adaptadas do site www.lerparaver.com
• Não rotular pessoas com deficiência como pertencentes a um grupo homogêneo de cidadãos que partilham uma única personalidade como: “pessoas com deficiência são trabalhadores responsáveis, crianças com Síndrome de Down têm sempre muito carinho para oferecer ou todo jovem cego
é um excelente massagista”;
• Não superestimar pessoas com deficiência (transformando-as em super-heroínas) e nem subestimá-las (coitadinhas), porque em ambos os casos lhes tiram o direito à individualidade que transcende, sempre à deficiência;
• Tomar providência para que as informações representadas em textos e imagens possam também ser representadas em voz;
• Evite fazer perguntas muito íntimas;
• Quando solicitado para prestar informação, instrução ou preencher fichas e formulários leia pausadamente cada item. Dê à pessoa com deficiência visual tempo suficiente para responder, lendo novamente o item, se for necessário;
• Se você perceber que alguma pessoa com deficiência visual encontra-se em dificuldade, identifique-se dizendo seu nome, faça-a perceber que você está falando com ela, para isso você pode, por exemplo, tocar-lhe levemente no braço, e só então ofereça auxílio. Nunca ajude sem perguntar antes como deve fazê-lo;
• Caso sua ajuda como guia seja aceita, coloque a mão da pessoa no seu cotovelo dobrado. Ela irá acompanhar o movimento do seu corpo enquanto você vai andando. É sempre bom avisar, antecipadamente, sobre a existência de degraus, pisos escorregadios, buracos e obstáculos em geral durante o trajeto. Num corredor estreito, por onde só é possível passar uma pessoa, coloque o seu braço para trás, de modo que a pessoa cega possa continuar seguindo você;
• Para ajudar uma pessoa cega a sentar-se, você deve guiá-la até a cadeira e colocar a mão dela sobre o encosto, para certificar-se de que a cadeira tem braço ou não. Deixe que a pessoa sente-se sozinha. Ao explicar direções para uma pessoa cega, seja o mais claro e específico possível, de preferência, indique as distâncias em metros;
• Fale em tom de voz normal;
• Não acaricie o cão-guia. O animal nunca deve ser distraído do seu dever de guiar;
• Trate-as com o mesmo respeito e consideração que você trata todas as pessoas;
• Proporcione às pessoas cegas ou com visão reduzida a mesma chance que você tem de ter sucesso ou de falhar. Fique a vontade para usar palavras como “veja” e “olhe”. As pessoas cegas as usam com naturalidade;
• Quando for embora, avise sempre ao deficiente visual. Lembre-se que nem sempre um cego é colega de outro cego;
Quanto aos ambientes internos e mobiliários
• Evite mudar constantemente os móveis, pois isso prejudica a orientação e locomoção de pessoas cegas. Se for necessária a mudança, comunique-as para que elas se reorganizem;
• As portas devem ficar fechadas ou totalmente abertas. Portas entreabertas favorecem que a pessoa com deficiência visual se machuque. Portinhas de armários aéreos, bem como gavetas devem estar sempre fechadas; cadeiras fora do lugar, pisos engordurados e escorregadios também são perigosos;
• Os objetos de uso comum devem ficar sempre no mesmo lugar, evitando assim, que cada vez que a pessoa com deficiência necessite de um objeto (tesoura, lixeira, etc.), ele tenha que perguntar onde estão;
• Os objetos pessoais de uma pessoa cega devem ser mantidos onde ela os colocou, pois assim sabe encontrá-los.
Quanto às aulas no TCA
• A pessoa com baixa visão deve estar na primeira fila, no meio da sala ou com distância suficiente para ler o que está escrito no quadro. As letras devem ser escritas em tamanho grande e o monitor deve verbalizar o que está escrevendo;
• A incidência de reflexo solar e/ou luz artificial no quadro negro devem ser evitadas;
• Nas aulas, devem ser evitados termos como “isto” ou “aquilo”, uma vez que não têm significado para um estudante que não vê;
• Quando utilizar o quadro, o monitor deve ler o que escreveu para que, ao ouvir a gravação da aula, o estudante tenha a noção do que foi escrito;
• Se usar transparências, o monitor pode proceder do seguinte modo: antes do início da aula fornecer ao estudante uma cópia em Braille (ou em caracteres ampliados ou mesmo em suporte digital), e se isso não for possível, fornecer uma cópia do que foi discutido em sala de aula ao final da mesma: durante a apresentação, é preciso identificar e ler o conteúdo da transparência;
• Os quadros, figuras ou slides devem descrever o conteúdo estudado. Alguns estudantes que não nasceram cegos, ou aqueles que ainda conservam algum resíduo visual têm uma memória residual de objetos, figuras, etc.
Quanto ao acesso a WEB
• O conteúdo apresentado ao usuário deve oferecer alternativas equivalentes para ser compreendido tanto de forma visual como de forma auditiva;
• A imagem de uma seta representando a navegação para a próxima página deve oferecer uma alternativa como o texto “próxima página” para poder ser lida pelos programas leitores de tela;
• Explicações em texto também podem ser usadas para descrever conteúdo visual complexo como gráficos e diagramas. O conteúdo no formato de texto pode ser prontamente disposto por sintetizadores de voz, mostradores em Braille ou em uma variedade de displays de computadores;
• Não depender somente de cor. Textos, gráficos ou outros elementos visuais devem ser compreendidos mesmo sem cor ou diferença de tonalidade. Algumas pessoas podem não distinguir certas cores ou podem estar usando displays monocromáticos. Usar apenas a cor vermelha para indicar um texto de alerta, por exemplo, pode não ser compreendido em sistemas não visuais;
• A linguagem natural deve estar escrita de forma clara e concisa.
• O uso de atributos ou identificadores de abreviações e acrônimos facilita a expressão de textos em sistemas de voz ou Braille;
• Assegurar controle do usuário sobre conteúdo modificado com o tempo. Pessoas com deficiência visual ou cognitiva podem não ser capazes de ler textos em movimento.
Em relação à verificação da Acessibilidade:
• Deve existir uma forma simples para contatar o responsável pelo site;
• O site deve apresentar o Símbolo de Acessibilidade na Web;
• Utilização das ferramentas e serviços automáticos de análise da acessibilidade.
Abaixo segue algumas ferramentas que fazem a validação automática:
• : É uma ferramenta muito poderosa de avaliação e reparo de programas de computador, sites e portais públicos, de interesse público e privado na internet, utilizam os princípios internacionais de acessibilidade, preconizados pelo W3C/WAI e pelo documento desenvolvido pelo governo eletrônico Brasileiro em parceria com a Acessibilidade Brasil – E-Mag – veja em http:// www.governoeletronico.gov.br, através de análises automáticas e manuais;
• Bobby Aproved: Esta ferramenta emite relatórios mostrando os problemas de acessibilidade além de apontar formas de acabar com o problema;
• VERIFICADOR AUTOMÁTICO TAW- Teste de acessibilidade à Web ( igual ao Bobby Aproved só que em espanhol);
• W3C HTML Validation Service – Ferramenta de autoria da W3C que também faz teste de acessibilidade na Web, seu relatório é em Inglês;
• A- PROMPT – Realiza análise de erros e algumas reparações;
• Doctor HTML – Realiza análise de erros no código HTML;
• WAMMI – Website Analysis and MeasureMent Inventory, um serviço de avaliação de websites desenvolvidos pela Nomos Management AB;
• W3CHTML Validation Service - É uma ferramenta de avaliação similar ao Bobby Aproved;
• A-prompt - realiza reparos de erros com algumas reparações. É utilizada on-line ou of-line;
• Doctor HTML - Realiza análise de erros no código HTML;
• LIEF LinkBotMetaBot – Faz análise e correção de erros.
A maioria das ferramentas citadas acima se baseia nas recomendações W3C/WAI e a verificação pode ser feita on-line ou off-line. Nem tudo que essas ferramentas recomendam são essenciais para tornar um site acessível. Existem várias outras ferramentas de avaliação da acessibilidade também baseadas no W3C como: MacroBot, NetMechanic, WebCriteria, WebGarage, Websat, entre outras. Veja mais em http://www.w3.org/WAI/ER/tools/
Quanto à impressão de documentos
O acesso tradicional à documentação impressa por parte das pessoas cegas passa pela digitalização e pelo reconhecimento de caracteres efetuados por software próprio para posterior impressão em Braille, ou pelo uso de leitores de tela (programas informáticos que enviam a informação do computador para um sintetizador de fala ou para um terminal eletrônico Braille). Porém, atualmente já existem no mercado soluções integradas que dispensam a utilização de um computador.
A forma mais prática de tornar um documento impresso em papel acessível a pessoas com dificuldades de manipulação ou visão ocorre pela sua digitalização através de um scanner.
Após o reconhecimento e eventual correção dos textos digitalizados, esses devem ser gravados em formatos adequados como o rtf, txt ou mesmo HTML. Também é possível gravar os textos em áudio (por exemplo, em formato wav ou mp3) com recurso a programas que gravam fala sintetizada a partir de texto.
A documentação digitalizada pode voltar a ser impressa em papel num formato mais acessível que o original. Para uma pessoa com baixa visão, a solução pode passar simplesmente pela impressão em caracteres aumentados e para uma pessoa cega pela impressão em Braille.
Quanto às informações
• Tipo de Fonte e Estilo:
Utilizar fontes com fácil reconhecimento de caracteres. Ex.: Verdana, Arial, Helvética.
• Tamanho de Letra:
Usar tamanho de letra entre os 16 e 32 pontos.
• Linhas de Texto:
Evitar linhas de texto acima de 70 caracteres. Utilizar espaçamento de 1.5 ou duplo facilita a navegação ao longo do texto.
• Espaçamento entre as letras:
Utilizar fontes proporcionalmente espaçadas, pois são mais legíveis que as mono espaçadas.
• Contraste:
Usar o máximo de contraste entre a cor de fundo e a cor das letras. Ex.: Letras amarelas ou brancas em fundo preto ou azul.
Utilizar papel espesso e opaco, para que a luz não seja refletida na superfície, o que dificultaria a leitura.
• Imagens e Fundos:
Evitar colocar textos sobre imagens ou fundo desenhado.
• Margens:
Evitar colunas de texto muito estreitas ou próximas entre si.
O Acesso da Pessoa Deficiente Auditiva
Quanto à comunicação
• Ao se comunicar com uma pessoa deficiente auditiva ou surda, não se deve ficar à frente de uma fonte de luz (por exemplo, de uma janela), pois o rosto de quem está falando fica como uma silhueta na luz, o que dificulta a visualização das expressões faciais.
• O deficiente auditivo ou surdo, que se comunicar pela fala (em língua portuguesa oral), precisará receber as instruções orais, sem exagero na pronúncia das palavras; sempre de frente - nunca ao lado ou por trás. A velocidade da fala deve ser normal, a menos que o deficiente auditivo ou surdo peça para falar mais devagar. O tom normal de voz também deve ser normal. Não se deve falar alto, a menos que seja solicitado.
Obs.:
1. As mudanças de tom de voz que indicam sarcasmo ou seriedade. Precisam ser substituídos por expressões faciais, gestos movimentos do corpo para a compreensão da mensagem;
2. Caso se perceba que a leitura labial não está sendo eficiente, é preciso tentar uma comunicação, via escrita, com a utilização de palavras-chave ou bilhetes curtos;
3. É preciso estar atento para que o local tenha luminosidade suficiente para a visualização dos lábios do monitor ou instrutor.
• O deficiente auditivo ou surdo, que se comunicar por meio da língua de sinais, precisará receber as instruções por meio da língua de sinais ou de gestos, caso seu monitor ou instrutor não saiba língua de sinais. É preciso estar atento para que o local tenha luminosidade suficiente para a visualização dos sinais e dos gestos do monitor ou instrutor.
Obs.:
1. Quando tiver dificuldade em entender uma pessoa surda, não se acanhe em pedir para que ela repita o que disse ou sinalizou;
2. Caso se perceba que os sinais e/ou gestos usados não estão resultando em uma comunicação eficiente, é preciso tentar uma comunicação, via escrita, com a utilização de palavras-chave ou bilhetes curtos;
3. É possível, também, se comunicar com perguntas cujas respostas sejam sim/não. Se necessário, aponte para palavras escritas;
4. Não se deve atravessar entre duas pessoas que estão conversando em língua de sinais. Essa atitude interrompe a comunicação;
5. Toda a interação com os deficientes auditivos ou surdos, que só se comunicam por meio de língua de sinais, deve ser feita em língua de sinais quando o instrutor ou monitor souber ou tiver noção da língua de sinais. Se o monitor ou instrutor ainda não souber língua de sinais, deve aproveitar para tentar aprendê-la! De modo geral, as tentativas de interação com deficientes auditivos e surdos que se comunicam por língua de sinais são bastante apreciadas e estimuladas por eles.
6. Não se deve ficar ansioso durante uma tentativa de se comunicar com um deficiente auditivo ou surdo, pois essa atitude pode atrapalhar a tentativa de se estabelecer um diálogo.
Quanto ao acesso a informações
• As pessoas deficientes auditivas ou surdas, normalmente, não utilizam nenhum programa específico ou equipamento auxiliar para se comunicar. Para contato ou envio de informação remota, deve-se dar preferência a torpedos enviados por telefones celulares ou e-mails.
• Grande parte dos deficientes auditivos ou surdos não percebe sinais sonoros, informações em áudio, como rádio ou a voz humana. Entretanto, elas são bastante visuais. Deve-se aproveitar essa característica.
• A informação de um conteúdo em formato de áudio poderá ser apresentada num texto fixo ou por intermédio de uma legenda dinâmica sincronizada em tempo real com o som.
• Uma informação escrita deve estar redigida em uma linguagem clara e concisa, pois os deficientes auditivos muitas vezes não entendem palavras escritas em português. Assim, seria interessante ter um link para um conceito sobre palavras complexas ou disponibilizar um dicionário na WEB para acessar conceitos ao qual o usuário deficiente auditivo ou surdo possa tirar suas dúvidas
O Acesso da Pessoa com Deficiência Mental
São duas as principais dificuldades no acesso enfrentadas pelas pessoas com deficiência mental:
• Distinguir as informações úteis das inúteis;
• Eliminar procedimentos supérfluos e ativar os eficazes.
Desta forma, é necessário identificar erros comuns na tentativa de buscar soluções, tais como:
• Erros na escolha da operação;
• Erros na escrita dos números;
• Disposição espacial e;
• A incapacidade de avaliar se o resultado está correto ou não.
O Acesso da Pessoa com Deficiência Motora e Física
O acesso das pessoas com deficiência motora e/ou física é facilitado quando os sistemas computacionais podem ser acessados da seguinte forma:
1- Sem mouse;
2- Sem o teclado;
3- Configuração dos periféricos de entrada, com as opções de acessibilidade;
4- Sem a necessidade de efetuar ações simultâneas e;
5- Sem limitação do tempo de resposta.
Capítulo 5 - Ajudas Técnicas
O termo Assistive Technology foi criado em 1995 por Cook e Hussey. No Brasil, são utilizadas também as expressões ajudas técnicas e tecnologia adaptativa ou assistiva. As ajudas técnicas são qualquer item, peça de equipamento ou sistema de produtos usado para aumentar, manter ou melhorar as habilidades de pessoas com limitações funcionais - físicas ou sensoriais.
A tecnologia é considerada assistiva quando usada para auxiliar o desempenho funcional de atividades, reduzindo as limitações para a realização de atividades da vida diária. O principal objetivo dessas tecnologias é possibilitar à pessoa com deficiência maior independência, melhor qualidade de vida e inclusão social, ampliando suas habilidades para comunicação, mobilidade, controle de seu ambiente, aprendizado, trabalho, cuidados pessoais e participação na sociedade, conforme mostram as figuras 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 10.
Figura 4 - exemplo de tecnologia de “auxílio à vida diária”
Figura 5 - exemplo de tecnologias para “comunicação alternativa e aumentativa”
Figura 6 - exemplo de tecnologia “órtese e prótese”
Figura 7 - exemplo de tecnologia para “acessório de computador”
Figura 8 - exemplo de tecnologia “sistema de controle de ambiente”
Os tópicos, a seguir, mostram com detalhes alguns exemplos de ajudas técnicas mais utilizadas de acordo com os tipos de deficiência.
Ajudas Técnicas para Pessoas com Deficiência Visual
Equipamentos
Monitor de grande dimensão
O que é?
É um monitor de 19 ou 21 polegadas utilizado por pessoas com dificuldades de visão ou que utilizam baixa resolução, alto contraste ou mesmo Software de Ampliação. O mesmo é válido para um utilizador de Teclado na Tela, uma vez que essa ferramenta ocupa parte da área de leitura.
“Palm Braille machine”
O que é?
Equipamento para auxiliar às pessoas que têm a sensibilidade tátil reduzida, a ler Braille.
Linha Braille:
O que é?
É um dispositivo composto por uma fila de células Braille eletrônicas que podem reproduzir o texto presente na tela do computador. É uma alternativa ao Sintetizador de Fala, ou um complemento deste. O número de células Braille varia normalmente entre 20, 40 e 60 células.
Impressora Braille.
O que é?
É um periférico que permite a impressão de textos eletrônicos em Braille. Existe impressora Braille que pode ser usada de forma autônoma por cegos uma vez que existe um painel marcado em Braille e comandos com voz digitalizados.
Braille n'Speak:
O que é?
É um computador pequeno, portátil, que associa ao sistema Braille a facilidade de escrita que se consegue em uma máquina de escrever em Braille. É usado como blocos de notas para cegos e serve de instrumento de leitura e escrita, inclusive para as crianças.
Por ser um computador, o Braille n´Speak elimina a necessidade de grandes espaços de armazenamento da informação em suporte papel e a possibilidade de transportar grandes quantidades de informação com o mínimo esforço. Ligado a um PC, ele funciona como Sintetizador de Fala, transmite e recebe arquivos. É possível também ligá-lo a uma impressora comum ou Braille para imprimir os textos armazenados.
Ampliador automático de livro/documento impresso
O que é?
É um equipamento que permite o reconhecimento, reordenamento e controle do texto do documento a ser lido.
Esta tecnologia tem como principal característica a digitalização e captura da página completa, com a função de apresentá-la de forma fácil para leitura.
Pode apresentar texto como um simples parágrafo, disposto de acordo com as suas preferências: disposição por colunas; como linha contínua (disposição por linha); e mesmo uma palavra de cada vez (palavra-por-palavra).
Leitor Autônomo de Material Impresso
O que é?
O Leitor Autônomo é um equipamento capaz de reconhecer e ler o texto de qualquer material impresso sem necessidade de conhecimento de informática por parte do usuário.
Um exemplo desse tipo de equipamento “Poet Compact” da BAUM. Ele é aparentemente um scanner normal, bem parecido com os scanners comuns, mas é muito especial, pois ele é capaz de ver o documento, reconhecer todo o texto nele contido e fazer leitura em português, em poucos segundos.
Lupas
O que é?
São lentes que aumentam o tamanho das imagens e podem ser de diversos tipos, incluindo as lupas de mão, lupas iluminadas, telescópios para melhorar a leitura e escrita, telescópio para visão ao longe e prismas.
Telelupas
O que é?
É um equipamento que amplia um documento impresso ou escrito à mão. A telelupa é também conhecida como Lupa TV ou circuito fechado de televisão (CCTV).
Existem dois tipos de telelupas, as portáteis e as de mesa. Esta última tem maior possibilidade de ampliação, resolução e contraste para facilitar ainda mais o preenchimento manual de formulários. Em alguns modelos é possível ligar a telelupa a um computador e dividir a tela em duas partes: uma para o documento ampliado e outra, por exemplo, para um processador de texto (facilita uma tarefa de leitura/escrita).
Programas de Computador
Software de Ampliação
O que é?
É um sistema que amplia a tela do computador.
Leitores de Tela:
O que é?
São programas que sintetizam o texto em voz. Além das pessoas com deficiência visual, esses programas podem ser utilizados também por idosos, pessoas com deficiência motora, com a visão direcionada a outra atividade ou até mesmo por aquelas que tenham dificuldades para ler.
Abaixo, seguem os programas leitores de tela mais utilizados na comunidade brasileira:
DOSVOX
O DOSVOX é um sistema operacional que contém os seguintes elementos de interface com o usuário:
• Sistema de síntese de fala;
• Editor, leitor e impressor/formatador de textos;
• Impressor/formatador para Braille;
• Ampliador de telas para pessoas com visão reduzida;
• Programas que ajudam na educação de crianças com deficiência visual;
• Programas sonoros para acesso à Internet, como correio eletrônico, acesso a homepages, telnet e FTP;
• Leitor simplificado de telas para Windows.
VIRTUAL VISION
O VIRTUAL VISION é um programa que permite às pessoas com deficiência visual utilizarem o ambiente Windows, seus aplicativos OFFICE e navegarem pela Internet com o “Internet Explorer”.
Principais características:
• Navegação simples e transparente em textos utilizando as setas do teclado ao invés de comandos especiais que informam a seleção de textos;
• Maior facilidade na navegação de páginas da Web no Internet Explorer;
• Permite a leitura de textos de forma contínua e com posicionamento automático do cursor na última palavra falada em caso de interrupção de leitura;
• Capacidade de mapeamento e adaptação a aplicativos que não oferecem acessibilidade a leitores de tela;
• Integração total com o Microsoft Office 2000/2003/XP;
• Permite configurações independentes de opções, dicionário e teclas de controle para cada aplicativo utilizado pelo usuário, o que garante um melhor aproveitamento dos recursos oferecidos pelo software sem a necessidade de serem constantemente alteradas as configurações;
• Possibilita a escolha do idioma em português e inglês, com vozes masculina e feminina em cada uma das línguas, além de permitir a expansão para outros idiomas por meio do uso de qualquer sintetizador de voz padrão SAPI 5.0;
• Controle de voz distinto para leitura de objetos da tela e textos, o que permite a seleção de vozes diferentes — masculina e feminina e/ou outros idiomas — para esses dois itens;
• Leitura automática de textos em janelas de assistentes (wizards);
• Permite a criação de bookmarks em textos conforme eles são falados, facilitando a localização e a repetição dos trechos marcados mais tarde;
• Permite o congelamento e a navegação por meio do texto falado;
• Permite a configuração de diferentes variações de voz para identificação da formatação e capitalização de textos;
• Integração com o IBM VIAVOICE: permite a instalação e treinamento do VIAVOICE por uma pessoa com deficiência visual sem nenhuma dificuldade; pode-se realizar a navegação por um texto por meio de comandos de voz e receber retorno do texto reconhecido pelo VIAVOICE durante um ditado;
• Suporte à leitura de objetos não padronizados do Windows, como componentes oferecidos nas ferramentas de programação DELPHI e VISUAL BASIC. Dessa forma, diversas aplicações comerciais escritas nessas linguagens passam a ser acessíveis também;
• Suporte à leitura de dicas de ferramentas e balões de informação do Windows XP.
JAWS Profissional FOR Windows.
O JAWS é um programa que dá acesso a outros programas da plataforma Windows e à Internet porque lê as informações de tela com seu sintetizador de voz, que utiliza a placa de som do computador. A leitura está disponível em 10 idiomas, inclusive português do Brasil, inglês americano e britânico, alemão, italiano, espanhol e francês. O JAWS também gera informação para telas (linhas) especiais em Braille.
Características:
• Instalação interativa com conversação;
• Suporte para todos os aplicativos padrões do Windows® sem a necessidade de usar configurações especiais;
• Suporte para Microsoft® Office, Corel WorldPerfect® Office, e IBM Lótus® Notes®;
• Suporte para as características especiais do Internet Explorer como: listas de links, lista de frames, modo de formulário, leitura de tabelas HTML descrição de figuras e muito mais;
• Inclui uma linguagem de programação única para favorecer a alteração de aplicativos especiais;
• Novas ferramentas de customização diminuem a necessidade de programação;
• Saída para diversos modelos de linhas (display) Braille;
• Inclui JAWS Basic Training em CD com mais de 5 horas de instruções em áudio para ajudar usuários a entender como navegar no ambiente do JAWS;
• O JAWS foi traduzido para mais de 17 línguas em todo mundo;
• Licenças para múltiplos usuários também estão disponíveis por um preço diferenciado, vendidas em pacotes de 5 usuários, são ideais para escolas, universidades e empresas;
• Inclui a opção de “Acordo de Manutenção de Software”.
Windows-Eyes.
O Windows-Eyes é produzido pela GW Micro. Sua grande vantagem é a estabilidade e o pouco consumo de CPU do equipamento. Sua interface está traduzida para o português de Portugal e a voz sintetizada, utilizada no leitor é fornecida em português do Brasil. Suas principais características são:
• Suporte para Excel;
• Suporte para Word;
• Suporte para Internet com Internet Explorer e Mozilla Firefox;
• Acesso remoto com Microsoft Terminal Services;
• Acesso remoto com Microsoft Windows XP Remote Desktop;
• Menus especializados para iniciantes, intermediários e avançados;
• Inclui nove vozes da Eloquence, inclusive português do Brasil;
• Suporte para todo tipo de sistema de vídeo;
• Troca on-line de sintetizador;
• Suporte para Adobe PDF, Macromedia Flash;
Sintetizador de texto para voz – TTS (Text to Speech).
O que é?
São programas que fazem a conversão de texto para áudio de forma automática.
Utilização
Na produção, em massa, de áudios nos documentos digitais com acessibilidade ou livros digitais falados. Suas principais características são:
• Suporte para arquivos Word, PDF e HTML;
• Capacidade de conversão de um ou vários arquivos;
• Suporte ao motor (engine) de voz “Raquel Brazilian Portuguese Female Voice”, em nossa opinião uma das mais perfeitas sintetizações voz em português até hoje criada;
• Suporte a outros motores (engines) de voz, compatíveis com SAPI da Microsoft, assim poderemos adquirir e utilizar, nesse programa, um outro motor de voz em português do Brasil, famoso entre os deficientes visuais pela sua qualidade, o “Loquendo TTS SAPI 5 Gabriela Brazilian Voice”;
• Gravação de arquivos de áudio nos formatos WAV, MP3 e WMA;
• Editor de pronúncia, que auxilia o “motor” (engine) de voz na pronúncia de siglas, códigos ou erros na leitura sintetizada;
• Inserção de pausa no áudio;
• Suporte a múltiplas inserções de voz no mesmo texto;
• Adicionalmente pode ler e-mail, página Web, e documentos “.doc”, “.txt” e “.pdf” com o auxílio das barras de ferramentas especiais nos programas de Correio, Browser e Editores/leitores de documentos.
Motores de voz com padrão Microsoft SAPI - Speech Application Programming Interface
O que é?
É uma interface de programação padrão da Microsoft que, por meio de chamadas de funções e marcações de texto, permite a padronização da saída de voz (áudio) na plataforma Windows.
Utilização
Um “engine” (motor) de voz desenvolvido nesse padrão permite a utilização das vozes sintetizadas de alta qualidade em programas leitores de tela como o JAWS e o DOSVOX, em conversores de texto para áudio como o TEXTALOUD, programas produtores de documentos em formato DAISY como o EASEPUBLISHER.
Programa de autoria e produção de livros digitais falados – DAISY - Digital Audio-based Information System
O que é?
É um padrão da nova geração de livros digitais que integra recursos de leitura visual, sincronizada a narração em áudio. Inclui navegabilidade plena (anotações, marcadores e apresentação de imagens), além de dar ao usuário a possibilidade, por exemplo, de inserir marcas, mudança de frase, parágrafo, seção, capítulo, página, ir para frente, para trás, e navegar pelo documento de forma suave mantendo o sincronismo entre a voz e o texto escrito.
Abaixo segue alguns exemplos de programas de autoria e produção de documentos no formato DAISY
Dolphin Publisher
Suas principais características são:
Permite a criação rápida e automática de livros digitais falados DAISY;
Opção de geração automática de áudio sintetizado sincronizado com o texto mostrado na tela, sem a necessidade de existência prévia de áudio gravado;
Escolha de formato de gravação dos arquivos de saída (pode ser criado Tipo 1 e 2 Z39.86-2002 (NISO);
Permite a criação de Livros DAISY com sincronização completa entre o texto e o áudio;
Permite a utilização de áudio proveniente de voz humana previamente gravada, voz sintetizada (inclusive SAPI), ou gravação de voz diretamente na ferramenta de autoria;
Permite a sincronização de áudio com imagens no texto;
Importa documentos HTML, documentos Word ou digitação direta dentro da ferramenta de autoria;
Inclui a facilidade de edição de documentos HTML, para simples correções, dentro da própria ferramenta;
Inclui ferramentas de “copyright” para proteção do conteúdo contra cópia ou divulgação não autorizada;
Permite o acoplamento do aplicativo “EasyReader” com o livro DAISY criado, o que significa o livro pode ser distribuído com o tocador de livros DAISY dedicado;
Inclui ferramentas de edição de áudio para inserção de pausas, ampliação, silêncio, “resample”, “fade-in/out”;
Suporta vários formatos de áudio (WAV, MP3, etc.);
Permite a inserção de notas de rodapé, barras laterais de navegação, notas do produtor e números de página;
A estrutura de sincronização pode ser automaticamente criada, de acordo com a pontuação do texto;
Opção de narração do texto dentro da ferramenta.
2- TBP Reader
O TPB Reader é um leitor de documentos no formato DAISY 2.0 e DAISY 2.02 para plataforma Windows.
Suas principais características são:
Disponibilidade de ferramenta de tradução (localização) do produto, o “XFSB-Translation tool for TPB Reader”. Ele permite que o produto seja traduzido para o português.
Pesquisa os livros existentes e os apresenta ao usuário;
Visualização de arquivos Ncc-only e Full Text;
Modificação da escala de tempo, habilidade em acelerar ou desacelerar a narração sem distorção;
Todos os comandos são narrados;
Diversos estilos visuais de apresentação;
Suporte para IPP, possibilidade de reproduzir livros DAISY protegidos;
Possibilidade de tradução da interface (narração e texto) para o português;
TPB Reader está disponível sem custos, em contrapartida não oferece suporte.
3- AMIS (Adaptive Multimedia Information System).
O AMIS é um leitor de documentos no formato DAISY 2.0 e DAISY 2.02 para plataforma Windows.
Suas principais características são:
Os comandos são narrados;
Implementação de scripts para JAWS;
Interface via teclado;
Mudança de fonte;
Destaque do que está sendo lido;
Inserção de marcas, assim é possível retornar aos pontos de interesse;
Variação na velocidade de narração;
Possibilidade de pesquisa no texto;
Suporte para navegação pré-programada;
Modificação da escala de tempo, habilidade de acelerar ou desacelerar a narração sem distorção;
A leitura pode ser reiniciada no ponto que foi parada a última vez;
Navegação por cabeçalho, frase, capítulo, seção e número de página;
URL: http://www.daisy.org/tpbreader/index.asp?lang=en
Programa conversor de fala para texto.
O que é?
É um programa que faz a sintetização de voz para texto de um editor, de forma automática. Esse tipo de programa requer treinamento intenso para o reconhecimento da voz do usuário.
Programa de impressão em BRAILLE.
O que é?
É um programa que permite que a criação de uma impressão Braille seja uma tarefa mais simples e fácil e que possa ser realizada com um mínimo de conhecimento da codificação Braille.
A seguir, seguem exemplos de programas de impressão Braille:
1- BRAILLE FÁCIL
O programa “Braille Fácil” foi desenvolvido pelo Núcleo de Computação Eletrônica da Universidade Federal do Rio de Janeiro NCE/UFRJ e tem as seguintes características:
Editor de textos integrado;
Editor gráfico para gráficos táteis;
Prévia visualização da impressão Braille;
Impressor Braille automatizado;
Simulador de teclado Braille;
Utilitários para retoque;
Utilitários para facilitar a digitação.
O texto pode ser digitado diretamente no programa ou importado a partir de um editor de texto convencional.
Ajudas Técnicas para Pessoas com Deficiência Auditiva
DICIONÁRIO da Língua Brasileira de Sinais/LIBRAS
O que é?
É um Dicionário que mostra, na língua de sinais brasileira, a palavra pesquisada em língua portuguesa. Um exemplo deste tipo de tecnologia é o dicionário “LIBRAS” desenvolvido pela Acessibilidade Brasil. Este dicionário contém mais de 6.000 verbetes e palavras sinalizadas e pode ser acessado gratuitamente pelas URLs: www.acessobrasil.org.br ou www.ines.org.br.
ANA – Tradutor Lingüístico Português x LIBRAS
O que é?
É um sistema que transforma a Notação-Libras em uma animação em tempo real onde são utilizadas as mais modernas tecnologias de Computação Gráfica. Essa tradução é um processo extremamente complexo sem que haja sistema semelhante no mundo e nem referência literária a respeito.
O produto final do projeto será criar uma engine (máquina) de animação 3D da Notação-Libras que poderá ser usada em diversos produtos e aplicações visuais, como softwares infantis, leitores de textos online, livros visuais para surdos e tradutores de línguas estrangeiras para a língua de sinais respectiva do país.
Após ter atingido esses objetivos, um plano futuro seria o de estender a aplicação para geração de animação real-time, baseado em texto obtido através de reconhecimento de voz.
MAGpie (Media Access Generator)
O que é?
É um editor de legendas para conteúdos de vídeo desenvolvido pelo National Center for Accessible Media (NCAM). Pode ser adquirido gratuitamente. Para maiores informações acesse a URL: http://ncam.wgbh.org/webaccess/
SAMI (Synchronized Accessible Media Interchange) da Microsoft e SMIL (Synchronized Multimedia Integration Language) desenvolvida pelo W3C
O que é?
Tecnologias de vídeo que permitem a sincronização de legendas.
Opções de acessibilidade do Windows.
O que é?
São opções de acessibilidade existentes no Windows como:
Sinalizador de sons que permite ao Windows fornecer alguma sinalização visual quando um som for emitido;
Capacidade de mostrar sons, ou seja, legendas para falas e sons emitidos;
Ajudas Técnicas para Pessoas com Deficiência Motora
Abaixo, seguem as principais ajudas técnicas que beneficiam pessoas com deficiência motora:
MicroFênix.
O que é?
É um programa que facilita o uso do computador por pessoas com deficiência física grave ou com doenças que impossibilitam uma pessoa usar os membros superiores ativamente.
O programa simula o uso do mouse e do teclado e possibilita a ativação de programas e funções no ambiente Windows. A interação com o programa é feita através de menus que aparecem na tela quando um acionador é ativado. As opções desse menu vão sendo iluminadas uma após outra, até que o usuário ative novamente o acionador para afirmar a escolha de opção.
O MicroFênix v 2.0 permite o uso dos seguintes tipos de acionadores:
• Microfone, no qual o usuário pode emitir apenas um som ou estalo;
• Tecla “control” da esquerda do teclado
Mouse estacionário (TrackBall)
O que é?
Os mouses estacionários são uma alternativa aos mouses normais para pessoas com dificuldades motoras.
Mouse Especial RCT-Barban
O que é?
Acessório destinado a usuários com dificuldades motoras. O usuário não precisa movimentar o mouse, basta acionar botões.
Ponteiro de Cabeça
O que é?
O Ponteiro de Cabeça é ajustado na parte frontal de um dispositivo em forma de capacete de forma a permitir, com o movimento da cabeça, o uso do teclado ou de outro dispositivo. É ideal para pessoas tetraplégicas ou com paralisia cerebral, mas com boa mobilidade ao nível do pescoço.
Simulador de Teclado
O que é?
O simulador de Teclado é um programa que permite simular um teclado convencional na tela do computador.
Joystick
O que é?
É um equipamento utilizado freqüentemente para controlar cadeiras de rodas elétricas e como apontador do computador. Existem algumas versões de Joysticks em que as teclas estão apoiadas por saliências (grelhas) de forma a facilitar a sua utilização a quem tem dificuldades de coordenação (por exemplo, pessoas com paralisia cerebral).
Teclado Intellikeys
O que é?
É um teclado que muda de aparência em segundos e permite acessos físico, visual e cognitivo para pessoas portadoras de uma gama de dificuldades.
Acionador de pressão
O que é?
É uma espécie de mouse adaptado que possui orifícios rosqueados para fixação em superfícies.
Ajudas Técnicas para Pessoas com Deficiência Mental
As ajudas técnicas desenvolvidas para pessoas com deficiência mental ajudam a executar tarefas, fazer representações, verificar e tomar decisões.
Abaixo, seguem os principais recursos técnicos utilizados com pessoas com deficiência mental.
Mouses com roller ball
O que é?
O mouse de rollerball padrão funciona de uma forma bem simples. O movimento da mão é traduzido no movimento do cursor dentro da tela com a utilização de dois eixos. O movimento dos eixos é lido por discos que ficam na ponta de cada eixo.
Teclado Comfy
O que é?
É um teclado utilizado para conceitos associativos.
Telefone do ELMO
O que é?
É um telefone utilizado para o aprendizado de informações de caráter comunicativo desenvolvido pela empresa Positivo em Curitiba.
Softwares com dinâmicas de AVDs, situações do cotidiano
O que é?
São softwares que preconizam o aprendizado interativo e favorece o desenvolvimento das competências de leitura e escrita. Totalmente configurável para responder às potencialidades de cada utilizador.
Ajudas Técnicas de Baixa Tecnologia
Esses recursos são utilizados em situações intermediárias, quando ainda não é possível o uso efetivo do computador, devido ao baixo desempenho cognitivo, baixa atenção permanente, comprometimento motor severo, comportamentos exacerbados (em vários segmentos).
Brinquedos com variações de movimentos propícios às varreduras, como mostra a figura 11, que são necessárias para o acompanhamento da tela são exemplos de baixa tecnologia. Esses brinquedos podem ser adquiridos em lojas comerciais.
Figura 11- exemplos de baixa tecnologia
• Velcros adesivos: utilizados para prender papéis e objetos concretos;
• Pranchetas adaptadas: utilizada como aparador de leitura);
• Bancada adaptada com suítes: (adaptações utilizadas para adulto com grandes comprometimentos motores;
• Teclados contrastados: preto no branco - letras em caixa alta preta, branco no preto - letras em caixa alta branca;
• Fones de ouvidos;
• Colméia: utilizada para impedir o toque em outras teclas;
• Antiderrapante: utilizado para apoiar teclados, mouses e qualquer material sobre a mesa.
Capítulo 6 – Metodologia de Atendimento
Este capítulo mostra os procedimentos metodológicos recomendados para atender às pessoas com deficiência em Telecentros. O atendimento consiste, primeiramente, em receber bem. Para isso, é necessário, primeiramente, conhecimento sobre as condutas básicas das pessoas com deficiências e as tecnologias de ajuda, elucidadas nos capítulos anteriores. Este procedimento é essencial para a avaliação inicial do sujeito e agendamento do início do atendimento.
Faz-se necessário uma avaliação dos usuários do telecentro identificando as suas necessidades, características e limitações.
A 1ª etapa no processo de atendimento é o preenchimento, pelo monitor, de um formulário, em que as perguntas estão diretamente ligadas às ajudas técnicas necessárias para que o usuário possa ter acesso ao computador. As informações cadastradas nesse formulário são analisadas para tomada de decisões quanto ao processo de atendimento.
O formulário completo com as tarefas realizadas em cada faze se encontra no Anexo 1.
Fases do atendimento
O atendimento do usuário é formado por dez etapas descritas a seguir:
1ª etapa (Tarefa I) – CADASTRAMENTO DO USUÁRIO
Essa tarefa é realizada pelo monitor e contém dados para:
• Identificação do usuário;
• Determinação do nível socioeconômico e;
• Verificação da presença de deficiência ou necessidade especial.
Esta fase do atendimento está detalhada no anexo 2.
2ª etapa (Tarefa II) – ANAMNESE
Essa tarefa é realizada pelo monitor e apresenta dados obtidos diretamente através de entrevista com o usuário e, se necessário, com o seu acompanhante. São verificadas as condições físicas, de comunicação, de audição e de visão (Anexo 3).
3ª etapa (Tarefa III) – AVALIAÇÃO INICIAL
Dados que, para serem obtidos, necessitam de avaliações realizadas geralmente observando o usuário a utilizar o computador. Nessa etapa são feitas:
• A avaliação da funcionalidade motora e cognitiva;
• A avaliação visual;
• A avaliação inicial com o computador.
4ª Etapa (Tarefa IV) – PLANO DE AÇÃO
Após serem observados os dados obtidos na execução das etapas I, II e III será feito o planejamento das sessões do usuário.
O plano de ação é baseado na avaliação feita durante a anamnese. As observações são referentes, principalmente, aos usuários iniciantes na computação. Os itens abaixo mostram os procedimentos mais indicados para utilização do computador.
No plano de ação, conforme o objetivo, são distinguidas as atividades, bem como, as ações que podem ser beneficiadas por meio da utilização das ajudas técnicas.
No plano de ações são identificadas, para cada uma das ações, quais as funcionalidades residuais a valorizar, quais a compensar, quais a reforçar e quais a substituir. A partir dessas informações, são determinadas quais as ajudas técnicas necessárias para a resolução dos problemas detectados e a melhor forma de utilizá-las.
5ª etapa (Tarefa V) – AGENDAMENTO DE SESSÃO
Depois de realizada a avaliação, é agendada uma sessão com o usuário, onde é feito o registro e a avaliação do processo de interação.
6ª etapa (Tarefa VI) – REGISTRO DE SESSÃO
Depois de avaliado os processos de interação, são registrados os dados relativos às atividades realizadas em cada sessão para conhecimento dos resultados alcançados.
7ª etapa (Tarefa VII) – ACOMPANHAMENTO PERIÓDICO
Nesta etapa são registrados os dados relativos à evolução do usuário, em um determinado período de tempo, que servem como uma informação a mais para o plano de ação.
No acompanhamento do usuário é importante que as seguintes questões sejam verificadas, principalmente quando o usuário apresentar deficiência mental:
• O aprendizado das pessoas acontece por informações minuto?
• O aprendizado acontece por experiência, repetição e memória?
• Uma pessoa pode aprender por tecnologia tanto como pela experiência?
• Qual o ponto de partida para as pessoas acionarem o computador?
• Brinquedos dão a motivação à criança para que o acesso ao computador seja facilitado. Para o adulto qual a melhor estratégia para iniciar o contato com o computador?
• Qual o impacto sensorial na utilização do computador?
8ª etapa (Tarefa VIII) – CONSULTA DETALHADA DE USUÁRIO
Nesta etapa é feita uma consulta a todos os dados relativos a um determinado usuário.
É importante observar que as pessoas com deficiência ou necessidades especiais devem passar obrigatoriamente por todas as tarefas acima elucidadas.
Pessoas que não apresentam deficiência ou necessidades especiais devem passar obrigatoriamente pelas tarefas I e V e opcionalmente pelas tarefas III, IV, VI e VII.
9ª etapa – Relatórios
Os relatórios são consolidados pelo supervisor com informações a respeito da quantidade de atendimentos agrupados em diferentes critérios:
• Periodicidade: diários, semanal, mensal, anual, período a escolher;
• Tipo de usuário: pessoas com deficiências/ necessidades especiais ou não; pessoas com deficiências: auditiva, visual, motora, cognitiva, múltipla; pessoas que utilizam ajuda técnica disponível;
• Proporção de atendimentos por tipo de usuário em diferentes periodicidades;
• Relatórios com os dados detalhados dos usuários, selecionados conforme os tipos de usuários.
10ª etapa - Avaliação feita pelos usuários
Auto-avaliação;
Avaliação do atendimento.
Procedimento com o usuário
Condutas Preliminares
Sala de Entrevista e de Cadastramento:
• As informações passadas pelo usuário, ou por seu acompanhante, são registradas nos formulários do Sistema de Gerenciamento e em anotações espontâneas do perfil de interesses do usuário e de suas limitações.
• A tabela de horário é revista para que o usuário com deficiência tenha as horas e os dias marcados o mais conveniente para ele.
• É confirmada com o instrutor atendente sua disponibilidade.
• Normalmente o instrutor participa deste 1º contato. O que o usuário sabe o que ele faz e o que ele quer aprender são as premissas básicas do atendimento a ser iniciado. O instrutor associa os temas de ensino com os interesses cotidianos do usuário.
• Se o usuário vem com acompanhante, o acompanhante também é matriculado e atendido por outro instrutor.
Condutas Iniciais
a) Iniciação do contato do usuário com a máquina:
No seu 1º contato com o computador, o usuário tem a assistência integral do instrutor. Os vários procedimentos dependem do perfil do usuário, e o número de aulas dessa iniciação e atendimento personalizado pode variar de acordo com a capacidade de compreensão do usuário.
b) A máquina é dada a conhecer pelo aluno:
• Mostrando as partes físicas do computador, seus botões e luzes, o instrutor faz uma associação das partes com o corpo humano.
teclado e mouse: mãos
CPU contido no Gabinete: cérebro
monitor:olhos
caixa de som ou fone: os ouvidos
• Com o computador desligado, ensina sobre o estabilizador, sobre os fios ligados ao Gabinete.
• Com o computador ligado, chama sua atenção sobre as luzes acesas.
• O usuário aprende a ligar e desligar o computador.
• É explicada a área de trabalho, as diferenças entre o Sistema Operacional Windows e Linux.
• É mostrada ao usuário toda a gama de possibilidades de uso e de recursos que tem um computador, incluindo Internet. Mesmo que o usuário não assimile todas estas informações de imediato, é importante que ele saiba logo de início as possibilidades com as quais ele está entrando em contato.
• O usuário começa a operar o computador pelo mouse, para isto são utilizados os programas mais simples de desenho: o paint, o caderno de aventuras 2. Desenhando livremente o usuário começa a adquirir manejo com o mouse, e vê o resultado de seus atos na página.
• O instrutor pode avaliar a coordenação motora do usuário.
• Jogo da paciência, jogo do ratinho, jogo de quebra-cabeça, também são utilizados para iniciação no mouse.
• O usuário também pode começar a operar o computador pelo teclado. É dado a conhecer o teclado em suas três partes: teclado alfa-numérico, teclado de funções, teclado numérico.
• Para familiarização com o teclado, o usuário digita frases.
• Para mostrar as várias formas como se pode modificar o texto digitado, ao aluno é apresentado as Barras de ferramentas, Barra de Formatos, Barra de Menus.
• Os programas de digitação Ktouch e HJ são apresentados e o usuário começa a perceber a utilidade de um posicionamento certo das mãos.
Condutas Médio-Prazo: O usuário domina o mouse e o teclado
● Na utilização do mouse, o usuário sabe:
controlar o cursor;
clicar com o botão esquerdo;
clicar do botão direito;
selecionar itens na área de trabalho;
selecionar itens nas barras de ferramentas;
segurar e mover os objetos.
• Na utilização do teclado, o usuário tem conhecimento:
das teclas principais: Esc /Enter/ teclado alfa-numérico/ Backspace;
das teclas direcionais ;
do posicionamento dos dedos nas teclas;
na digitação, se está usando programa de digitação- HJ ou KTOUCH, ou se está utilizando Editor de Texto;
das teclas de apoio: Caps Lock – Del – Shift – Ctrl – Alt – AltGr;
dos atalhos.
É considerado em franca evolução no aprendizado o usuário que adquire a capacidade de achar solução para os erros cometidos na operação dos comandos. É importante que ele perca o medo de errar, o medo de ser curioso e o medo de utilizar a máquina. Para que adquira esta independência, o instrutor se afasta, passando a observá-lo de longe, sozinho com a máquina.
• No Programa de Desenho é ensinado ao usuário:
utilização da barra de ferramentas e da barra de cores;
as diversas formas geométricas em diversos tamanhos;
preenchimento das formas com as diversas cores;
inserção de texto nos desenhos;
formas livres;
salvar o desenho.
• Salvando Arquivos:
Para o usuário compreender a criação de pastas e subpastas, comparações são feitas: a idéia de uma casa que contém um quarto que contém um armário que contém compartimento que contém uma gaveta que contém uma caixa que contém um envelope no qual dentro está guardada uma carta. Ressalta-se a possibilidade de que uma mesma casa pode conter vários armários, um mesmo armário pode conter vários compartimentos, um mesmo compartimento pode conter várias gavetas, uma mesma gaveta pode conter vários envelopes, e um mesmo envelope pode conter várias cartas.
Dessa forma o usuário é induzido a um maior aproveitamento do seu senso de organização.
• Treinando nos Programas de Digitação:
Ktouch- Tutor de Digitação do Linux. Inicia com duas teclas. As teclas coloridas indicam qual dedo deve ser usado. O programa indica se houve erro e exige correção. O programa mede a velocidade e a precisão do aluno. Este próprio decide sua mudança de nível.
HJ- Tutor de Digitação do Windows- Inicia com quatro teclas. Mede o tempo, cinco minutos para cada lição. O aluno pode refazer o nível. O programa faz uma estatística de desempenho, velocidade e precisão do usuário. Para cada lição há um jogo correspondente.
O treinamento através dos Tutores de Digitação proporciona ao usuário familiarização e segurança com a máquina e com o teclado, e uma postura correta na cadeira. Como não necessitam do acompanhamento direto do Instrutor, estes programas aceleram a independência do usuário e desenvolvem neste a idéia de que sua evolução na informática depende principalmente da própria aplicação.
• Iniciando na Internet:
O que é a Internet? Para que o usuário perceba a amplitude da comunicação possível através do uso do computador, várias são as metáforas e comparações usadas: Compara-se o meio virtual a um mar que para ser percorrido precisa de um navegador, que percorra os caminhos à medida que esses se apresentam no horizonte. Essa possibilidade de navegação é dada pelo Internet Explorer e pelo Mozilla Firefox, através das quais é possível pilotar através dos espaços virtuais.
Reconhecimento dos ícones da Internet Explorer e do FireFox.
O que é um Site: Compara-se o site a uma revista especializada em determinado assunto e que contém, além da folha da capa, várias páginas, com conteúdo, propagandas, formulários, etc...
Como tudo no mundo real está localizado em determinado local, também os espaços virtuais possuem endereço. Os endereços dos sites em suas diversas partes são associados a endereços reais, onde uma sigla, uma letra ou um número localiza o país, a cidade, até o lugar específico, do mesmo modo é identificado um site.
Exemplos: Com: indica site comercial
.Org: indica site de organização
.Gov: Governamental
.Br: indica site do Brasil
.Pt: site de Portugal
. Quando o site não tem o final indicativo de país, é porque ele é de domínio universal. Ex.: www.Globo.com é uma empresa de abrangência mundial. usuário, o Instrutor busca acessar assuntos de interesse do
Nesta iniciação pela rede mundial, para interessar o cotidiano do Usuário detectado nas conversas. Assim, normalmente, os primeiros sites acessados são os que tratam de receitas, jogos, músicas, televisão, cinema, natureza etc.
Outra estratégia: o nome e sobrenome do usuário como tema de pesquisa.
• Site de busca - Seguindo a estratégia das comparações:
Comparam-se os sites de busca Google, Cadê a uma telefonista de auxílio: com algumas informações é possível encontrar determinada pessoa ou lugar, mas, quanto mais informações forem passadas para a telefonista, mais precisamente e com maior rapidez um endereço pode ser encontrado.
Nos Sites de busca, ainda na página de capa, o Instrutor explica as diferenças entre WEB/ Imagem/ Grupos/ Notícias
• E-Mail:
O usuário é instruído da possibilidade de manter correspondências através da rede mundial. Para isso é preciso que ele esteja ancorado em algum site.
Seguindo a estratégia das comparações: O e-mail é como uma conta no Banco, ou seja, o Site escolhido é como um Banco no qual se tem uma conta, com identificação e senha. Através do e-mail é possível mandar e receber mensagens.
Há Instrução detalhada sobre:
Caixa de Entrada
Caixa de Saída
Escrever
Anexar Arquivos
Adicionar Contas (Endereços)
Como Responder
Como Encaminhar
O que é Spam
Mensagem em Massa
Como sair corretamente
Para evitar que o usuário iniciante encontre sempre vazia sua Caixa de Entrada, é normal o incentivo de troca de e-mails entre os usuários e os diversos Instrutores. Dessa forma são trocados anexos de fotos, filmes, Power Point, mensagens de auto-ajuda. São evitadas mensagens de teor sensual, escandaloso, político, ou religioso.
O usuário é treinado no preenchimento de formulários dentro da Internet (Formulários de Emprego, Cadastramentos etc.). Este treinamento é importante porque normalmente estas páginas têm um tempo limite.
Condutas Finais:
O usuário é considerado totalmente autônomo e independente no uso do computador.
Sabe operar o programa que deseja;
Sabe operar tanto por ícones, quanto por atalhos.
• No Editor de Texto, o usuário sabe:
Digitar com razoável precisão e velocidade;
Utilizar o Zoom;
Optar pelas letras entre as diversas fontes, os diversos tamanhos, as diversas cores;.
Utilizar o Negrito, o Itálico , o Sublinhado;
Alinhar o Texto nas diversas opções de Parágrafo;
Inserir Figuras;
Ativar e Desativar os Marcadores e a Numeração;
Utilizar a Régua;
Inserir nº. de páginas;
Copiar, Recortar, Colar;
Verificar Correção Ortográfica;
Utilizar as Tabelas;
Exportar / Importar.
• Na Utilização da Impressora sabe:
Configurar a impressora;
Escolher tamanho e o tipo de papel;
Orientar a folha;
Utilização do verso e anverso da folha;
Resolução e intervalo de impressão;
Ordem das páginas;
Nº. de cópias;
Visualização da página de impressão.
• Nos Programas de Desenho, sabe:
Utilizar da barra de ferramentas e da barra de cores;
Criar diversas formas geométricas em diversos tamanhos;
Preencher as formas com as diversas cores;
Inserir texto nos desenhos;
Criar formas livres;
Criar capa de trabalho.
• Nas Planilhas Eletrônicas, sabe:
os Recursos Básicos;
Salvar, Abrir, Fechar pastas de trabalho;
As operações matemáticas (adição, subtração, multiplicação, divisão);
Formatar planilhas;
As funções de planilha (soma máximo, mínimo, média);
Fazer gráficos;
A função SE.
• Na Apresentação de Slides, sabe:
Inserir figuras (geralmente capturadas pela Internet);
Formatar textos utilizando os diversos recursos de estilos e cores de letras;
Personalizar animação tanto do texto quanto das figuras;
Ordenar e seqüenciar corretamente os slides.
• Na Internet, sabe:
Navegar em qualquer site
Utilizar o correio eletrônico
Fazer inscrição em Concursos
Atendendo usuários com Deficiência Visual
Baixa Visão
Verifica-se o tamanho da fonte da letra a ser usada no computador, a cor, os contrastes, se há necessidade de lupa ou se o melhor procedimento é o uso do leitor de tela e quaisquer outros dados que possam ser úteis ao usuário.
As pessoas que têm baixa visão provocada por distúrbio neurossensorial apresentam uma diminuição na resposta visual. O que acontece em velocidade normal, para pessoas com esse tipo de deficiência acontece em câmera lenta. Ou seja, as respostas visuais não acompanham a velocidade com que os fatos acontecem na realidade. Devido a essa diminuição de velocidade visual, alguns momentos são perdidos, pois movimentos muito rápidos não são percebidos.
Para atender pessoas com essas características, em primeiro lugar, é necessário diminuir a comunicação gestual substituindo-a pela comunicação verbal.
Como as pessoas com baixa visão possuem um resíduo visual, recomenda-se, aproveitar a visão substituindo o recurso auditivo pelo visual. Por isso, além da utilização de um leitor de tela, recomenda-se aumentar os ícones e a letra, sendo que o melhor contraste para ser trabalhado na área de trabalho é o preto no branco. Por exemplo, no editor de texto se pode trabalhar com o contraste branco no preto e com a fonte ampliada (geralmente o tamanho 24).
É indicado utilizar o mouse com o recurso “rastro”, pois ajuda a localizar o mesmo. É importantíssimo o uso de atalhos do teclado; pois, muitas vezes, o mouse não é “encontrado” ou é difícil de ser manuseado. Muitos usuários com baixa visão preferem utilizar o teclado pela agilidade e praticidade.
No caso dos deficientes com baixa visão, é importante que, além do DosVox seja utilizado um programa de escrita, como o Open Writer, pois o Dosvox é um programa auditivo e tem suas letras pequenas. No Writer, pode-se aumentar o tamanho da fonte para que o usuário possa ver a sua construção. É também indicado o uso de lentes de aumento para navegação na Internet.
Utilização do dosvox:
O leitor de tela DosVox é indicado para pessoas cegas e ou com baixa visão. Vale ressaltar que, qualquer ensinamento deve ser relacionado com as necessidades e os interesses dos usuários. Para isso, e feito a gravação da voz dos usuários inquirindo-os por suas aptidões e brincadeiras. A partir dessas informações é ensinado ao usuário como acessar o leitor de tela. Por exemplo, se o usuário gosta de futebol é ensinado a usar a ferramenta tabuada do DosVox. Esse jogo simula vários tipos de torneios de futebol, do mais simples, como jogo no quintal, ao mais avançado, como copa do mundo. O seu objetivo didático é o treino da tabuada.
Grande parte dos usuários que freqüentam os Telecentros além de possuírem algum tipo de deficiência também tem baixa escolaridade, então, sempre de forma lúdica, a informática deve ser associada às necessidades educacionais do dia-a-dia. Por exemplo, para ensinar as ordens crescente e decrescente, utilize o jogo paciência do DosVox.
O software Dosvox, além de ser utilizado para a familiarização e memorização do teclado, é utilizado também para alfabetização, através das ferramentas Letravox e Letrix. Os exercícios de digitação são reforçados com a utilização do jogo ForcaVox para ressaltar as teclas já dominadas pelo usuário ou para adquirir mais precisão ao digitar uma letra.